//Apoios da UE insuficientes para melhorar eficiência energética das empresas

Apoios da UE insuficientes para melhorar eficiência energética das empresas

Os apoios da União Europeia (UE) para a eficiência energética das empresas não estão “suficientemente” ligados às necessidades das empresas, nem deverão dar mais do que um contributo “modesto” para as metas de eficiência energética, alem de que há casos em que os projetos apoiados por dinheiros comunitários “poderiam ter sido realizados sem apoio público”. Estas são as conclusões principais de um relatório do Tribunal de Contas Europeu (TCE), divulgado esta segunda-feira, que pede mais “clarificação do contributo dos fundos da UE para a eficiência energética das empresas”.

“A melhoria do desempenho energético das empresas, independentemente do setor em que operam, é crucial para que a UE atinja o seu objetivo de reduzir as emissões em, pelo menos, 55% até 2030”, lembra Samo Jereb, membro do TCE e responsável pelo relatório especial “Eficiência energética das empresas: poupanças de energia, mas insuficiências no planeamento e na seleção de projetos”. “No entanto, até à data, o efeito real do financiamento da UE na eficiência energética das empresas continua a ser pouco claro”, afirma.

Para começar, esta entidade europeia sublinha que o financiamento previsto da política de coesão da UE caiu, “nos últimos anos”. Dos 3,2 mil milhões de euros em 2016, a dotação global da UE para este tipo de apoio passou para 2,4 mil milhões de euros, em 2020.

Além disso, a distribuição dos apoios pelos 27 Estados-membros está desnivelada. “A maior parte das despesas concentrou-se em apenas alguns Estados”, sendo que apenas cinco representam “cerca de dois terços das despesas afetadas à eficiência energética das empresas”. Os cinco países são República Checa, Polónia, Alemanha, Itália e Bulgária.

A eficácia deste tipo de financiamento agrava-se, ainda mais, quando o TCE conclui que muitos dos projetos apoiados já estavam previstos e, por isso, poderiam ter sido concretizados sem fundos comunitários. Ou seja, o relatório põe em causa o valor acrescentado do financiamento da UE.

“É evidente que as subvenções da UE desempenham um papel importante quando as empresas tomam decisões de investimento. Porém, na maioria dos casos, os investimentos que receberam financiamento já estavam planeados. Por outras palavras, muitos projetos teriam sido realizados sem o apoio da UE”, lê-se.