//Apreensão de notas falsas afunda com pandemia

Apreensão de notas falsas afunda com pandemia

A apreensão de notas e moedas falsas foi afetada pela pandemia do novo coronavírus e, em Portugal, a queda chega mesmo aos 50% no caso das notas, entre o início de março e o final de junho. Na apreensão de moedas contrafeitas, a descida chega aos 62%. No resto da Europa, a tendência foi a mesma: “No primeiro semestre de 2020, diminuiu o número de notas e de moedas de euro contrafeitas apreendidas na circulação, tanto em Portugal como no Eurosistema, contrariando a tendência de aumento registada em períodos anteriores”, referiu o Banco de Portugal no Boletim Notas e Moedas, divulgado ontem. “Este decréscimo torna-se ainda mais significativo se considerarmos apenas o período entre o início de março e o final de junho de 2020”.

Segundo o Boletim, “foram apreendidas no Eurosistema menos 45% de notas e menos 60% de moedas contrafeitas” naquele período. “Em Portugal, foram apreendidas menos 50% de notas e menos 62% de moedas contrafeitas”, adiantou.

Portugal esteve sob estado de emergência entre meados de março e o início de maio devido à epidemia do novo coronavírus. De acordo com o Banco de Portugal, “estes números são influenciados pela existência de atrasos na análise e classificação de contrafações, em consequência do encerramento por um período de tempo significativo ou da redução da capacidade de resposta dos centros de análise de contrafações de vários países”.

Explicou que o Centro de Análise de Contrafação do Banco Central Europeu e o Centro Técnico e Científico Europeu, da Comissão Europeia – centros coordenadores e com um papel determinante na criação das classes de contrafações europeias – “prosseguem o trabalho presencial com equipas reduzidas, o que dificulta a análise laboratorial das contrafações”. No caso o Banco de Portugal, ” manteve, desde o início da pandemia, o funcionamento dos seus laboratórios de análise de notas e moedas contrafeitas com recurso a equipas fixas em regime de rotação (presencial e em teletrabalho), o que permitiu, por um lado, evitar atrasos na análise das contrafações e, por outro, implementar uma estratégia de proteção dos seus colaboradores.

Em 2019, foram retiradas da circulação, em Portugal, 16350 notas contrafeitas, valor que representou 3,03% das contrafações detetadas no Eurosistema e permaneceu residual quando comparado com o total das notas em circulação.