//Arménio Carlos recorda que Isabel dos Santos tem obrigações empresariais em Portugal

Arménio Carlos recorda que Isabel dos Santos tem obrigações empresariais em Portugal

Isabel dos Santos deve, de imediato, tomar medidas para respeitar as obrigações que tem para com os trabalhadores das empresas portuguesas em que é acionista, considera Arménio Carlos.

A empresária angolana admite que, no seguimento do arresto das contas bancárias, venham a surgir dificuldades no pagamento de salários ou a fornecedores.

Perante este cenário o secretário-geral da CGTP fala numa tentativa de criar um clima de instabilidade que sirva os propósitos da empresária e lembra as responsabilidades perante as empresas nacionais.

“Não se justifica que essa empresária esteja a invocar outras situações ocorridas com o Governo de Angola quando tem responsabilidades nestas empresas na área das administrações, bem como o facto de ser acionista. A única coisa que tem a fazer é tomar medidas desde já para procurar encontrar soluções adequadas pra responder às suas obrigações para com os trabalhadores destas empresas”, diz.

“O que se coloca neste momento é uma tentativa de criar na área laboral em Portugal, nomeadamente nas empresas onde Isabel dos Santos é acionista, um clima de instabilidade para procurar dar suporte a uma postura de defesa desta acionista relativamente ao Governo de Angola”, prossegue Arménio Carlos.

“Mas uma coisa são os problemas que são políticos, para além de económicos e financeiros, que a empresária Isabel dos Santos tem com o Governo angolano. Outra coisa é a intervenção e a responsabilidade que Isabel dos Santos tem em Portugal, nas empresas onde é acionista, e onde responde perante as administrações e os trabalhadores. E aqui consideramos que deve assumir as suas responsabilidades.”

O líder da CGTP pede, por isso, ao Governo português que esteja atento a toda a situação e intervenha caso seja necessário.

“O que se justifica e que se exige é que o Governo esteja atento e caso haja qualquer violação do princípio do pagamento dos salários haver uma intervenção imediata da autoridade para as condições do trabalho, quer também do Governo para assegurar o respeito de normas fundamentais que não podemos abdicar de ver asseguradas.”

Arménio Carlos não critica o investimento estrangeiros, mas exige que este respeite a autonomia de soberania de Portugal. “Todo o investimento estrangeiro é bem-vindo, desde que respeite as normas e a constituição portuguesa e a autonomia e soberania de Portugal. A segunda questão é assegurar o compromisso do cumprimento de todos os direitos dos trabalhadores.”

“Em terceiro lugar quanto mais produzirmos nacionalmente e menos dependermos do estrangeiro, em melhores condições estamos para assegurar a autonomia e independência e já agora também mais protegidos deste tipo de situações que por vezes ocorrem”, conclui.

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