//Associação empresarial de Fátima apela a alívio fiscal para o turismo religioso

Associação empresarial de Fátima apela a alívio fiscal para o turismo religioso

A Aciso – Associação Empresarial Ourém-Fátima apelou a um alívio fiscal para o turismo religioso do concelho, que está muito dependente das celebrações e peregrinações religiosas e da visita de grupos organizados, desaconselhados no contexto da pandemia.

“Este é um destino religioso. Fátima depende muito das celebrações religiosas e, estando suspensas, têm um efeito em cadeia. Mais de 70% dos turistas são do mercado internacional e as companhias aéreas estão paradas. Este mercado vive das viagens de grupo organizadas, que agora estão desaconselhadas”, disse à Lusa a presidente da Aciso, Purificação Reis.

A dirigente salientou que os hotéis “trabalham muito com grupos” e, por isso, estão a “ser muito afetados”.

“Está-se numa situação contínua do estado de emergência. A quase totalidade dos hotéis está fechada. A grande maioria do comércio está encerrado, porque não justifica estarem abertos. Não há movimento. Por tudo isto, Fátima está a ser mais afetada por esta pandemia”, afirmou ainda.

Purificação Reis apelou a “um alívio fiscal” e a uma “maior flexibilidade no regime de ‘lay off’”.

“Há uma grande preocupação e é fundamental uma ajuda ao setor empresarial desta atividade. Por exemplo, o pagamento especial por conta não faz sentido ser cobrado. Este é um setor que funciona muito do mercado sazonal e, neste contexto, Fátima precisa de medidas que permitam a entrada e saída de funcionários do ‘lay off’”, de acordo com as necessidades do momento, explicou.

Segundo Purificação Reis, as “celebrações atraem muita gente”, mas “depois prolonga-se, por mais dois ou três meses, o estado de ausência do volume de turistas”.

Sem condições para os turistas estrangeiros visitarem Fátima, Purificação Reis espera que quando as celebrações religiosas regressarem ao Santuário, que “o mercado interno mexa um pouco com a economia e se comece a notar algum movimento e atividade”.

A responsável revelou ainda que a Aciso está a trabalhar em conjunto com várias entidades e associações para encontrar soluções para os empresários. Irá ainda reunir com a Câmara de Ourém, nos próximos dias, para perceber “de que forma também poderá apoiar o tecido empresarial de Fátima”.

O Santuário de Fátima vai este ano celebrar a Peregrinação Internacional Aniversária de maio no recinto de oração, como nos outros anos, mas sem a multidão de peregrinos que o costuma encher.

As celebrações decorrerão no recinto, mas este estará encerrado devido às regras sanitárias definidas pelo Governo no contexto da declaração do Estado de Calamidade pública, em articulação com a Conferência Episcopal Portuguesa, e que impedem as celebrações religiosas com a presença de fiéis.

Entre a tarde do dia 12 e o fim da manhã do dia 13 não será permitido o acesso dos peregrinos a qualquer espaço do santuário.

O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, pediu aos peregrinos que não se desloquem ao recinto nos dias 12 e 13 e que façam a peregrinação “pelo coração”.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 274 mil mortos e infetou mais de 3,9 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.126 pessoas das 27.406 confirmadas como infetadas, e há 2.499 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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