Para lutar contra a curta duração curta dos eletrodomésticos, as associações europeias de consumidores juntaram-se para lançar uma plataforma online, onde vão receber denúncias sobre equipamentos com avarias consideradas prematuras.
Este consórcio tem como objetivo lutar contra a obsolescência programada – uma palavra que dá conta da curta duração dos produtos – mas também para proteger o ambiente e as carteiras dos consumidores.
A ideia é pressionar a Comissão Europeia e os fabricantes a publicitarem a durabilidade dos produtos no ponto de venda, à semelhança do que já acontece com a classe energética.
Aos consumidores é pedido que partilhem esses problemas, independentemente da dimensão do aparelho. “Sejam grandes eletrodomésticos (máquina de lavar roupa ou frigorífico) ou pequenos (aspirador, torradeira ou outros equipamentos tecnológicos”, explicou à Renascença Isabel Oliveira, jurista da Associação para a Defesa do Consumidor.
“Partilharem connosco a vossa experiência com equipamentos que tenham comprado e concluído que a sua durabilidade não atingiu a expectativa gerada na altura da compra. Vamos utilizar essa experiência dos para, em conjunto com os parceiros, conseguir criar condições de teste que permitam identificar os problemas que provocam uma durabilidade mais reduzida desses mesmos produtos”, solicitou Isabel Oliveira.
De acordo com esta responsável, à associação têm “chegado muitas reclamações de consumidores, nomeadamente, no que respeita à duração das baterias de tablets e também de telemóveis.” Por isso, defende que todas as avarias consideradas precoces devem ser denunciadas.
Para Isabel Oliveira os aparelhos devem ter qualidade que lhes permita, em média, estar operacionais durante uma década. “Os nossos estudos de fiabilidade dos equipamentos indicam que, dependendo do equipamento, existe um tempo media de vida à volta dos dez anos. Aliás, este é um critério que usamos para fazer estimativas de custos anuais de alguns equipamentos”.
“Um frigorífico que tenha uma avaria não reparável ao fim de três anos de utilização, não é uma situação normal”, sublinha.
As associações europeias de defesa dos consumidores defendem que os produtos têm de ser fabricados para durarem mais tempo e, em caso de avaria, tem de haver peças de substituição a preço justo.
“Lançámos o apelo junto da Comissão Europeia e dos fabricantes para que a durabilidade dos equipamentos seja um critério anunciado pelo fabricante, da mesma forma como a classe energética ou o ruído. Seria um critério importante fazer parte da comunicação aos consumidores nos pontos de venda”, revelou nestas declarações.
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