De janeiro a agosto, 318 empresas procederam a despedimento coletivo de 4190 pessoas e destas, 3.929 foram efetivamente despedidas, o que representa um aumento homólogo de 79 por cento no número de trabalhadores e de 37 por cento no número de empresas, de acordo com dados da DGERT.
A região de Lisboa e Vale do Tejo lidera, com 169 empresas a despedir 1.943 trabalhadores. Praticamente um quarto dos despedimentos ocorreram nos sectores do comércio por grosso e a retalho e na reparação de automóveis, seguindo-se as industrias transformadoras e as atividades de informação e comunicação.
O presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, não se mostra suspreendido com estes números.
“Não completamente. Não estamos num período de recessão, mas há algumas retrações, que atingem alguns sectores, devido à evolução económica”. Os pequenos e médios operadores independentes “nos sectores do vestuário e o calçado”, por exemplo, ” têm problema sérios”, devido á mudança de hábitos de consumo que se alteraram, em resultado da pandemia.
“Os novos hábitos levam a que, por exemplo, exista uma substituição do calçado de couro por outro tipo de ténis ou sapatos. E houve um número de pequenas e médias unidades que não resistiram a esta evolução”, argumenta.
O lider da CCP não acredita que os próximos meses “sejam muito problemáticos”, já que houve valências positivas, como a alteração na retenção na fonte, que aumenta a liquidez, ou a baixa das prestações da habitação.
“Diria que até ao Natal ou princípio do ano, não antevejo a intensificação desses fenómenos. Mas no próximo ano, é uma grande incógnita. Há zonas, por exemplo, no Norte do pais onde há problemas com a industria têxtil, devido ás exportações, em particular com a Alemanha”, remata.
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