//“Até ao fim”. Trabalhadores da Petrogal de Leça da Palmeira lutam para travar despedimento

“Até ao fim”. Trabalhadores da Petrogal de Leça da Palmeira lutam para travar despedimento

Os
trabalhadores da refinaria de Matosinhos garantiram esta segunda-feira que vão
lutar “até ao fim” pelos postos de trabalho e “enfrentar” o despedimento
coletivo, decidido pela Galp, depois de concentrar a operação em Sines, disse à
Lusa um dirigente sindical.

“Fomos [comissão de trabalhadores] mandatados para levar a cabo
qualquer iniciativa na defesa intransigente dos postos de trabalho”, revelou à
Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras,
Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Norte e da comissão de
trabalhadores, Telmo Silva.

O sindicalista falava no final de um plenário de trabalhadores
que decorreu esta segunda-feira nas instalações da refinaria em Matosinhos, no
distrito do Porto.

A Galp decidiu concentrar as suas operações de refinação e
desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em
Matosinhos, dando início a um despedimento coletivo de cerca de 150
trabalhadores.

A petrolífera justificou a “decisão complexa” de encerramento da
refinaria de Matosinhos com base numa avaliação do contexto europeu e mundial
da refinação, bem como nos desafios de sustentabilidade, a que se juntaram as
características das instalações.

“Querem tirar-nos tudo, mas nós não baixamos os braços e vamos
continuar a lutar até ser possível”, garantiu Telmo Silva.

O sindicalista contou que, na semana passada, terminaram as
conversas com o Ministério do Trabalho, onde ficou claro que a “intenção” da
Galp é o despedimento coletivo.

“Ao fim de quatro reuniões, a empresa mostrou nunca querer negociar,
rejeitando todas as soluções apresentadas”, vincou.

Telmo Silva adiantou que, na terça-feira, vão reunir com o
ministro do Ambiente, em Lisboa, para exigirem uma solução para os
trabalhadores.

A decisão de encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos,
tomada em 2020, permitiu à petrolífera focar-se na conversão gradual de Sines
num centro de energia verde, defendeu o presidente executivo da empresa, no
início deste mês.

“A nossa decisão de fechar [a refinaria de] Matosinhos […]
permitiu-nos focar na conversão gradual de Sines num parque de energia verde”,
apontou o presidente executivo da Galp, Andy Brown, que falava na apresentação
virtual do plano estratégico da empresa, a 2 de junho.

No final de abril, a Galp desligou a última unidade de produção
da refinaria de Matosinhos, distrito do Porto, na sequência da decisão de
concentrar as operações em Sines, disse à Lusa, em 6 de maio, o administrador
da petrolífera Carlos Silva.

A Galp pretende transformar gradualmente a refinaria de Sines,
no distrito de Setúbal, “num centro de energia verde”, um projeto que
será alavancado no acesso ao hidrogénio verde, anunciou ao mercado a
petrolífera.

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