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O principal índice dos gestores de compras das empresas da área do euro cresceu em junho ao ritmo mais rápido desde junho de 2006, para uma leitura preliminar de 59,2 pontos (57,1 pontos em maio), de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela IHS Markit.
Este é já o terceiro mês de crescimento sem interrupções, acompanhando o processo de desconfinamento nos vários países da moeda única, com os dados sectoriais a indicarem que a recuperação abrange não apenas o sector industrial, mas também a área do serviços – especialmente, serviços ao consumidor, nota o relatório mensal de indicadores.
Os dados do último mês permitem antecipar “uma expansão impressionante do PIB no segundo trimestre a que se deverá seguir um crescimento ainda mais forte no terceiro trimestre”, afirma Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit, antecipando maior desanuviamento das restrições à atividade no verão.
“As medidas de contenção do vírus foram aliviadas para um mínimo desde setembro e deverão ser ainda reduzidas em julho para o nível mais baixo desde o início da pandemia. Os programas de vacinação estão também a ter progressos impressionantes”, refere.
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Em junho, saem já melhoradas as perspetivas de regresso à normalidade, também com o índice de confiança no máximo da série deste indicador, que arranca em 2012.
No sector de serviços da Zona Euro, o índice de atividade está agora nos 58 pontos (55,2 pontos em maio), num máximo desde julho de 2007, e com a maior subida nos dados hoje divulgados.
Na indústria, o índice de produção industrial cresce pelo 12º mês consecutivo, nos 62,4 pontos (62,2 pontos em maio), liderado por Alemanha e França, mas com o resto da região a ficar mais para trás, destaca a nota.
Porém, os níveis de produção não estão a acompanhar a procura, com os atrasos de encomendas a serem os maiores desde que há registo, assinala a IHS Markit, com a dificuldade de acesso a matérias-primas a manter-se e os preços em níveis recorde. Os inventários em armazém, por outro lado, estão em mínimos desde 2009.
Também os serviços enfrentam os custos mais elevados desde julho de 2018.
Os preços cobrados aos consumidores estão entretanto a crescer ao nível mais rápido em duas décadas, em ambos os sectores.
“A força da retoma – tanto na Europa como globalmente – significa que as empresas estão a ter dificuldades para responderem à procura, sofrendo escassez tanto de matérias-primas como de pessoal”, reflete Chris Williamson, antecipando maior pressão para aumento da inflação nos próximos meses.
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