A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) detetou 389 irregularidades nas suas ações de supervisão efetuadas no último ano junto de auditores, das quais 66 são graves e que poderão gerar contraordenações e multas.
Os dados constam do relatório anual sobre supervisão de auditoria que a CMVM publicou esta quarta-feira.
Durante o último ano, a CMVM – que é o supervisor dos auditores – abriu uma ação de supervisão presencial, 138 ações de supervisão contínua e 10 ações de supervisão urgentes. No mesmo período, encerrou sete ações de supervisão presencial – ações iniciadas em anos anteriores -, 39 ações de supervisão contínua e três ações de supervisão urgentes.
“Das sete ações de supervisão presencial encerradas no ciclo 2019/2020 foram identificadas 389 irregularidades, para as quais foram emitidas recomendações, destacando-se 66 situações de maior severidade”, destacou a CMVM.
No último ano, o supervisor registou ainda “o cancelamento dos registos para o exercício de funções de auditoria junto da CMVM de três revisores oficiais de contas de uma das maiores sociedades de revisores oficiais de contas, o qual ocorreu a pedido dos próprios no contexto de uma ação da CMVM de aferição do cumprimento dos requisitos relativos à idoneidade, enquanto condição de manutenção desses registos”.
Em causa, estão três auditores, então sócios da KPMG, que fiscalizaram as contas do BES até 2014. Inês Viegas, Sílvia Gomes e Fernando Antunes tinham sido condenados em abril de 2019 pelo Banco de Portugal. A CMVM iniciou um processo de análise de idoneidade que resultou no pedido de cancelamento de licença pelos visados junto do supervisor de auditoria.
Atualizada às 14H58 com mais informação
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