//Aumenta o apoio na Reserva Federal norte-americana para cortes nos juros

Aumenta o apoio na Reserva Federal norte-americana para cortes nos juros

Há pouco mais de dois meses, a maioria dos banqueiros centrais dos Estados Unidos não antecipava um corte nos juros na reunião de setembro. No entanto, agora, a maioria dos decisores políticos da Fed concorda que a inflação está a arrefecer.

No final de agosto, quando Jerome Powell anunciou na abertura do simpósio de Jackson Hole que era altura de começar a reduzir os custos dos empréstimos, já tinha o apoio de quase todos os colegas.

Esta mudança de posição do presidente da FED não acontece por acaso, é sustentada por vários dados que obrigaram os decisores políticos a reavaliar os riscos e se a principal preocupação deveria ser a inflação persistente, a fraqueza do mercado de trabalho, a deterioração nas condições financeiras das empresas ou das famílias, um potencial erro político, ou alguma combinação desses factores.

“Não é uma coisa que faz com que todos se movam. São pessoas diferentes que se concentram em dados diferentes, indicadores diferentes, riscos diferentes, e todos acabam no mesmo lugar”, disse Kristin Forbes, professora de economia na Sloan School of Management do MIT e ex-membro do comité de definição de políticas do Banco da Inglaterra, à margem do encontro de Jackson Hole.

Segundo a agência Reuters, a grande maioria dos decisores políticos da Fed apoia um corte na reunião de 17 a 19 de setembro. A dúvida, neste momento, é perceber a dimensão desta redução da taxa: um corte típico de um quarto de ponto percentual ou uma mudança de meio ponto percentual.

A inflação mensal nos EUA abrandou nos últimos três meses para uma taxa anualizada abaixo da meta de 2%. A presidente da Fed de Boston, Susan Collins, disse há uma semana à Reuters que está “mais confiante de que a trajetória está aí”.

Na mesma linha, o presidente da Fed de Filadélfia, Patrick Harker, disse à Rádio Bloomberg no último mês que deseja um ritmo “metódico” para cortes nas taxas que “começaria nos 25” pontos base.

A presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly, economista do trabalho de formação, também se sente confortada pela diminuição das pressões sobre os preços. Na semana passada, disse que ainda não tinha visto qualquer deterioração no mercado de trabalho.

O presidente da Fed de Chicago, Austan Goolsbee, oferece mais um argumento para o corte das taxas: os custos dos empréstimos têm-se tornado cada vez mais caros em termos reais.

Os Estados Unidos ainda não cortaram as taxas, desde que os bancos centrais começaram a subir os juros em resposta à crise inflacionista. O Banco Central Europeu já decidiu um primeiro corte, de 25 pontos base, em junho.

Os presidentes das duas autoridades monetárias, BCE e FED, admitiram no final de agosto que este mês haveria condições para aliviar os juros. Só não se sabe qual será a dimensão destes cortes.

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