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O aumento da inflação na Europa, consequência em larga medida da escalada dos preços da energia e da interrupção das cadeias de abastecimento, está a aumentar a ansiedade financeira entre os consumidores, europeus que têm dificuldades em compreender como o seu dinheiro será afetado se a inflação for maior do que a taxa de juros sobre a poupança, diz um estudo promovido pela Intrum.
No Dia Internacional da Educação, que se assinala esta segunda-feira, 24 de janeiro, o relatório da Intrum revela que a atual incerteza económica está a gerar nos consumidores um novo interesse em melhorar a literacia financeira.
Segundo o estudo, as famílias com rendimento elevados (53%) consideram ter recebido educação financeira suficiente para gerir as suas finanças do dia-a-dia, embora ainda precisem de conselhos sobre questões financeiras mais complexas como, por exemplo, planeamento da reforma e investimento na bolsa.
Já as famílias com rendimentos mais baixos (27%) consideram não ter recebido educação financeira suficiente para gerir o seu dinheiro e procuram frequentemente aconselhamento externo.
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O estudo identificou ainda que apenas 64% dos inquiridos compreendem como o dinheiro será afetado se a inflação aumentar e passar a ser maior do que a taxa de juros sobre a poupança.
Em Portugal, os bancos são a principal fonte de aconselhamento: 41% (mulheres) e 36% (homens). Os valores são semelhantes a nível europeu, com 40% das mulheres a recorrem aos bancos e 34% dos homens.
Em segundo lugar, 33% dos portugueses inquiridos apontam a pesquisa da informação online como origem de aconselhamento financeiro, percentagem igual para homens e mulheres. No que diz respeito à Europa, verifica-se uma variação nas percentagens, uma vez que apenas 26% das mulheres procuram aconselhamento financeiro online em comparação com 32% dos homens.
Em terceiro lugar, procurar aconselhamento na área financeira através de um consultor financeiro independente é uma opção mais usada pelos homens portugueses (20%), enquanto as mulheres referem as mães como fonte de aconselhamento (18%), valor cinco pontos percentuais acima da acima da média europeia (13%).
Para Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal, “os consumidores estão a dar mais ênfase à literacia financeira e muitos dizem que a pandemia os motivou nesse sentido. Após anos com custos de empréstimos extremamente baixos, a recente aceleração da inflação e pressão sobre as taxas de juros significa que esse interesse é um sinal positivo. Compreender os riscos económicos e como gerir o dinheiro é a base do bem-estar financeiro e de um futuro estável”.
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