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No próximo ano será aplicada na íntegra a fórmula legal de atualização das pensões, o que significa que estas vão subir entre 5% e 6% a partir de janeiro. As pensões até cerca de 1018 euros crescem 6%, ou seja, sobem até 61,08 euros mensais. Para valores entre 1018 e 3055 euros a atualização será de 5,65%, podendo chegar a um máximo de 172,6 euros, e para valores entre 3055 e 6108 euros o aumento será de 5%, até 305,4 euros.
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Estas subidas, que abarcam cerca de 2,7 milhões de pensionistas, ficam ligeiramente abaixo das estimativas iniciais avançadas em outubro pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, de 6,2, 5,8% e 5,2%, porque a inflação abrandou mais do que o esperado. E traduzem-se em aumentos acima da inflação esperada pelo Governo em 2024, de 2,9%.
O valor definitivo do aumento das pensões apura-se depois de conhecida a inflação média dos últimos 12 meses sem habitação em novembro, taxa que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou ontem. Na fórmula de cálculo entra também o crescimento médio anual do Produto Interno Bruto dos últimos dois anos, terminados no terceiro trimestre do ano anterior à atualização – neste caso 2023 – , indicador que o INE também já divulgou.
A lei prevê três escalões de atualização de pensões fixados em função do valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS). O primeiro vai até dois IAS, o segundo entre dois e seis IAS e o terceiro entre seis e 12. Os cálculos foram feitos tendo em conta a atualização do IAS em 2024, que é determinada pela aplicação da mesma fórmula das pensões. O indexante vai passar dos atuais 480,43 euros para cerca de 509,26 euros no próximo ano, confirmou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em comunicado. Será um aumento de 28,83 euros (6%).
Regresso à normalidade
Em 2023, a atualização das pensões não seguiu o procedimento habitual. Em janeiro deste ano, o 1.º escalão foi atualizado em 4,83%, o segundo em 4,49%, e o terceiro em 3,89%, percentagens inferiores às que resultariam da aplicação da fórmula legal. Isso, porque a regra de atualização foi suspensa em outubro, na sequência do pagamento de um complemento excecional aos pensionistas (50% do valor total da pensão pago em outubro de 2022), destinado a compensar o aumento dos preços, que em 2022 subiram 7,8%, um máximo de 30 anos. Segundo o Governo, somando o complemento e os aumentos em janeiro, os pensionistas chegariam ao final deste ano sem perdas em relação aos valores que resultariam da aplicação integral da fórmula.
Apesar dessa argumentação, em julho, o Executivo mudou de ideias e procedeu a um aumento intercalar de 3,57% para pensões até 12 IAS, repondo o valor a que cada pensionista teria direito caso a fórmula de atualização tivesse sido aplicada na íntegra.
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Prestações sociais aumentam com o IAS
O ministério liderado por Ana Mendes Godinho lembra que a subida do IAS para 509,26 euros “irá refletir-se num aumento das prestações sociais: prestação social para a inclusão (base), complementos por dependência e prestações por morte, limites dos escalões do abono de família e limites (mínimo e máximo) do subsídio de desemprego”.
Em relação ao subsídio de desemprego, o valor mínimo desta prestação deverá passar, segundo cálculos da Lusa, dos atuais 552 euros para cerca de 585 euros, enquanto o montante máximo pago aos desempregados subirá de 1201 euros para cerca de 1273 euros.
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