//Autarcas esperam que obra estrutural no Tejo para enfrentar seca saia do papel

Autarcas esperam que obra estrutural no Tejo para enfrentar seca saia do papel

Em declarações à agência Lusa, após uma reunião que juntou autarcas do Médio Tejo, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, a responsável da CIM/MT definiu as obras estruturais defendidas pelo Governo e cujos estudos estão, atualmente, em curso, como “um caminho” que espera ver “concluído”.

Na reunião, João Paulo Catarino enfatizou a necessidade de medidas estruturais para armazenar água, concretamente a construção de um túnel entre o rio Zêzere e o rio Tejo, “um melhor aproveitamento” do rio Ocreza, eventualmente com a construção de uma nova barragem “de raiz”, a juntar à já existente da Pracana, ou aumentar esta e uma nova gestão da barragem do Cabril, aquando da nova concessão, em 2023.

“Também já tínhamos tomado posição aqui na comunidade intermunicipal sobre o Ocreza, porque nos parece que é uma das soluções de armazenamento de água. Mas quando se fala nas medidas estruturais, do Ocreza, ou do túnel ou da barragem do Cabril, está-se a olhar só de uma dimensão de um problema que tem várias dimensões”, alertou a também presidente de Câmara de Tomar.

Para Anabela Freitas, não se pode lidar com os problemas de seca sem falar, por exemplo, na floresta: “Agora ultimamente fala-se muito na floresta, mas por causa dos incêndios, mas se queremos ordenamento da floresta e todos nós queremos, temos de ver quais as espécies que podem ser plantadas e não sejam grandes consumidoras de água. Está tudo muito preocupado com as águas superficiais, mas temos de preservar as águas subterrâneas”, exemplificou.

Outra preocupação que os autarcas da CIM do Médio Tejo partilharam com João Paulo Catarino passa pela redução das perdas de água nos sistemas de distribuição: “A nível nacional as perdas de água são cerca de 23%, no Médio Tejo temos muito mais do que isso”, revelou a autarca.

“Isto acontece porque temos condutas com 30, 40 anos ou mais. Não adianta estarmos a introduzir sistemas de controlo de água, podemos ter os sistemas mais avançados de telegestão e telemetria, que se as condutas estiverem todas rotas, não adianta. Se a tecnologia não for aplicada em infraestruturas robustas, não serve de nada”, observou.