As comissões cobradas pelos bancos em Portugal atingiram o valor mais alto desde 2015. No ano passado, a banca cobrou 3649 milhões de euros em comissões, mais 142 milhões de euros do que no ano anterior. São mais 12 milhões por mês.
A banca foi afetada ao longo das três últimas décadas pela “redução muito acentuada da margem financeira – diferença entre juros recebidos e pagos”. A descida das taxas de juro para níveis historicamente baixos é um dos motivos que levaram os bancos a procurar aumentar a receita por via das comissões, explica o Banco de Portugal, na apresentação de uma nova base de dados com a evolução da banca portuguesa nos últimos 30 anos. Face ao ativo total dos bancos, as comissões cobradas em 2018 atingiram um máximo histórico.
Já este ano, os 154 bancos a operar em Portugal fizeram nada menos de 788 alterações aos seus preçários de comissões e despesas. Só a comissão para disponibilizar o cartão de débito, o vulgar cartão Multibanco, aumentou 16,7% em seis meses.
Menos balcões e menos trabalhadores
A queda da margem de lucro e a forte concorrência da banca online deixou outras marcas no mercado: há 25 anos que os bancos em Portugal não tinham tão poucas agências. Desde a crise, os bancos fecharam 2400 balcões. O pico no número de agências bancárias ocorreu em 2010, antes do resgate financeiro do país, com 6453 agências bancárias a funcionar em todo o território; no final de 2018 existiam apenas 4054, uma quebra de mais de 37%.
Segundo os dados do Banco de Portugal, em 25 anos, a banca também perdeu quase 15 mil trabalhadores. Em 1994 – ano em que a banca registou um máximo de número de trabalhadores – o setor empregava 61 512 bancários; no ano passado, restavam 46 791 no final de 2018, menos 24%.
Também há hoje menos caixas Multibanco. Foram mais de 2000 as caixas Multibanco que desapareceram na última década. Existiam 11 569 no final de 2018. Já o número de terminais de pagamento aumentou. Existiam 322 mil em 2018, mais 26 mil do que um ano antes.
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