O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, diz que a banca nunca registou custos financeiros tão baixos como os atuais, o que tem trazido vantagens para empresas e particulares.
Na conferência sobre “A Banca do Futuro”, que teve lugar esta terça-feira em Lisboa, o presidente do banco público considerou que estes custos baixos surgiram graças às “descidas das taxas, das margens dos bancos e do spread”. Em declarações aos presentes, Macedo foi ainda mais longe, admitindo que “os portugueses com empréstimos ficam donos de casas mais cedo” graças aos custos atuais na banca.
“Quando falamos da compra de casa, nunca a prestação foi tão baixa. As contas são à volta de menos de 13% em dois anos. Como a prestação desceu, e essa é maioritariamente capital, os portugueses estão a amortizar muito mais depressa [os empréstimos] e têm as suas casas muitíssimo mais rápido.”
Comissões na CGD podem subir até 4%
À margem do encontro organizado pelo “Jornal de Negócios”, Paulo Macedo admitiu que as comissões na CGD podem subir até aos 4% mas contrapôs que, mesmo assim, os portugueses continuam a pagar menos do que já pagaram no passado. “As pessoas que têm conta base pagam hoje menos na Caixa Geral de Depósitos do que pagavam por esses serviços em 2015, 2016 e 2017.”
Os aumentos previstos, explicou o responsável do banco público em entrevista à Renascença, passam por uma “subida nas comissões em alguns serviços”, sendo que “o que tem maior impacto é a cobrança do MBWay, à semelhança do que já fazem outros bancos mas com a particularidade de cerca de dois milhões de clientes estarem isentos”.
A par desses, avançou Macedo, “mantêm-se as isenções para mais de 300 mil reformados”.
Até ao final do ano, as comissões vão subir, mas esse aumento não será exagerado”, garante. “Mais de 90% das comissões da CGD não tem qualquer alteração. O total do impacto das comissões foi, no primeiro semestre e em relação ao último ano, de cerca de 0,6%. Até ao fim do ano será qualquer coisa entre os 2% e os 4%, conforme se esteja a falar em valores globais ou consolidados.”
A CGD tem, atualmente, em sua posse 30% dos depósitos dos portugueses e Macedo garante que, para a maioria dos clientes do banco público, as comissões vão manter-se inalteradas.
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