//Banca europeia pede moratória para empresas em risco

Banca europeia pede moratória para empresas em risco

A Federação Europeia de Bancos (EBF, sigla em inglês), que representa 3500 instituições bancárias europeias, apelou hoje à criação de uma ferramenta de moratória para empresas em risco de liquidez por causa do novo coronavírus.

Numa carta enviada ao final da tarde à Comissão Europeia, ao Banco Central Europeu e à Autoridade Bancária Europeia, os bancos representados pela EBF pedem aos reguladores e supervisores medidas para “poderem trabalhar construtivamente com os mutuários e outros clientes nas comunidades afetadas”, o que implica “flexibilidade para contornar as barreiras impostas pela regulamentação para financiar os mutuários em dificuldades temporárias”.

Em concreto, a EBF propõe a criação de “uma ferramenta de moratória para os devedores sólidos que enfrentam desafios de liquidez relacionados com os efeitos do Covid-19”, o que permitiria aos bancos “reestruturar o cronograma de pagamentos desses mutuários afetados […], sem prejudicar a sua avaliação prudencial”.

A ideia é que esta ferramenta seja “aplicada a empresas viáveis e resilientes que enfrentam temporariamente desafios de liquidez devido a circunstâncias excecionais”, acrescenta a federação.

A EBF fala numa situação de “emergência global” criada pelo novo coronavírus, que cria “sérios desafios à economia”.

“As empresas, e especialmente as Pequenas e Médias Empresas (PME), já estão a enfrentar fortes choques no lado da procura e da oferta. Espera-se que esses impactos aumentem, sendo que, ao mesmo tempo, os nossos clientes enfrentam obrigações de pagamento contínuas com fornecedores, funcionários, autoridades fiscais e bancos”.

No que toca às PME, “os supervisores devem garantir que a liquidez dos bancos está disponível”, admitindo extensões temporárias de liquidez e limites de crédito adicionais a estas companhias para evitar interrupções nas cadeias de valor e, consequentemente, atrasos nos pagamentos.

“Os bancos EBF continuam comprometidos em ajudar a economia europeia a superar as dificuldades temporárias impostas pelo surto de coronavírus, [mas] para esse esforço ser verdadeiramente eficaz exigirá uma coordenação estreita e intensa entre as autoridades públicas e os bancos”.

Instando a uma “responsabilidade conjunta” da banca, a federação de bancos apela a “três ações coordenadas em três etapas”.

Estas traduzem-se, em primeiro lugar, em “decisões imediatas para evitar efeitos adversos de liquidez nas empresas e famílias europeias durante as próximas semanas”.

A estas acrescem “ações de médio prazo para garantir a continuação da concessão de crédito pelos bancos” e ainda “medidas para atenuar os efeitos prudenciais sobre os bancos no próximo ano”.

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