//Banca não reage ao aviso de Rui Rio, de que “lucros avultados no setor serão uma vergonha”

Banca não reage ao aviso de Rui Rio, de que “lucros avultados no setor serão uma vergonha”

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A banca não comenta as delcarações de Rui Rio, que esta semana avisou o setor que “lucros avultados serão uma vergonha e ingratidão” no rescaldo da pandemia de Covid-19.

As declarações do líder do PSD marcaram, na passada quarta-feira, o debate quinzenal no Parlamento, sobre o prolongamento do Estado de Emergência. Rio defendeu que a banca “não pode querer ganhar dinheiro” com a pandemia do novo coronavírus, será o motor do re-arranque pós-crise mas deve ter “lucro zero” em 2020 e 2021.

Questionada pela Renascença, a Associação Portuguesa de Bancos opta por não comentar as palavras do presidente dos social-democratas.

Rui Rio. "Lucros avultados na banca serão uma vergonha e ingratidão"

Em causa está, entre outros pontos, a cobrança de juros sobre juros, através das moratórias no crédito, após o periodo de carência.

Para a organização presidida por Faria de Oliveira é simples de resolver: os beneficiários devem pedir apenas a suspensão do capital. Segundo a APB, “as condições da moratória pública foram definidas pelo Executivo, conforme o Decreto-Lei nº10-J/2020, e permitem, entre outros, que as entidades beneficiárias possam, em qualquer momento, solicitar que apenas os reembolsos de capital, ou parte deste, sejam suspensos.

As críticas de Rui Rio dão ainda voz a muitas outras, devido ao aumento dos custos das linhas de crédito, com os spreads (margem de lucro da banca) e comissões que são adicionadas à taxa de juro base.

A Associação sublinha que o sector está a trabalhar para “dar o máximo apoio às empresas e famílias portuguesas neste momento particularmente desafiante.” Muitas medidas têm sido anunciadas, sobretudo individualmente, que alargam as moratórias acordadas com as autoridades, suspendem comissões e facilitam operações.

​Banco de Portugal recomenda à banca que não distribua lucros pelos acionistas

Sobre as recomendações emitidas pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Portugal, para que os bancos não distribuam lucros sobre os resultados de 2019 e 2020 (pelo menos, até 1 de outubro 2020), a Associação lembra que a distribuição de dividendos aos acionistas é uma decisão que cabe a cada instituição de crédito tomar. Ainda assim, muitos bancos, lá fora e em Portugal, já anunciaram que ao contrário do que tinham previsto, já não o vão fazer. O mais recente foi o Santander, mas a CGD e o BCP também já tinham anunciado que não vão distribuir dividendos.

A Associação diz que “os bancos estão conscientes da excecionalidade e do esforço coletivo que o atual momento exige”, por isso estão a trabalhar com as autoridades, para que sejam “flexibilizados alguns dos requisitos a que estão sujeitos, para poderem dar o máximo apoio às empresas e famílias portuguesas neste momento particularmente desafiante”, acrescenta a nota enviada à Renascença.

O BCE e o BdP recomendaram contenção aos bancos, nesta altura de incerteza sobre o impacto da actual crise, para que em vez de distribuirem os lucros canalizem o dinheiro para financiar a economia real.

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