//Banca pode perder 5000 trabalhadores nos próximos dois a três anos

Banca pode perder 5000 trabalhadores nos próximos dois a três anos

A banca pode perder 5000 trabalhadores apenas nos bancos Montepio, BCP, Novo Banco, CGD e Santander, e em menor escala no BPI nos próximos dois a três anos, de acordo com o jornal Público. Esta estimativa é apresentada pelo vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Norte, Álvaro Guerra da Fonseca, que garante que também “nos bancos de menor dimensão se espera uma contínua diminuição de funcionários directos”.

Entre 2011 e 2019 o setor bancário perdeu mais de 10 mil trabalhadores, fechou mais de 2200 agências, de acordo com os dados da Associação Portuguesa de Bancos, citados pelo jornal. Os motivos que levaram a estes números são, nomeadamente, a quebra da atividade financeira, digitalização, novos concorrentes e, atualmente, a pandemia de covid-19, que afeta todo os setores de atividade.

Recentemente, foi noticiado que o Montepio se prepara para despedir centenas de trabalhadores. Apontado como um dos bancos mais vulneráveis ao impacto da crise atual, o Montepio avançou com um plano de reestruturação para cortar custos. A notícia de que o BCP estaria disponível para uma fusão com o banco – entretanto desmentida – lançou mais achas para a fogueira de incerteza em torno da instituição, que é detida pela maior associação mutualista do país.

Esta quarta-feira, 30 de setembro, o Dinheiro Vivo escrevia que, questionado sobre a situação em torno do Montepio, o Ministério do Trabalho da Solidariedade e da Segurança Social remeteu-se ao silêncio. Cabe a este Ministério ainda parte da tutela da Montepio Geral – Associação Mutualista, que gere as poupanças de cerca dos 600 mil associados.

Ao todo, o ativo líquido da Mutualista era superior a 3,4 mil milhões de euros, no final de 2019. Quanto ao Ministério das Finanças, também se escusou a proferir uma palavra sobre as intenções do banco de avançar com os despedimentos. Os dois Ministérios também não se pronunciam sobre como está a ser feita a monitorização do possível impacto das notícias na evolução das poupanças geridas pela Mutualista.

Contactada, a Associação garantiu que “naturalmente que as notícias veiculadas a respeito do Banco Montepio ou Associação Mutualista impactam a comunidade de associados”. “Ainda assim, a variação registada na subscrição e reforço de modalidades é significativamente positiva”, assegurou, sem dar mais detalhes, nomeadamente sobre pedidos de resgate dos planos de poupança.

A Mutualista comercializa planos de poupança e proteção aos seus associados. Os produtos são distribuídos pelo Banco Montepio. Estes planos estão garantidos pelo ativo da Mutualista que, no final de 2019, assegurava ter um grau de cobertura de 124 euros em ativo por cada 100 euros de responsabilidades. A Mutualista é também supervisionada pela ASF-Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. Ontem em audição no Parlamento, a presidente da ASF, Margarida Corrêa de Aguiar, indicou que já está a analisar o Plano de Convergência que a Mutualista entrou ao regulador com vista à integração com o regime da atividade seguradora, que só acontecerá em 2030.

Ver fonte