Os principais bancos em Portugal registaram lucros de 1.270 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, numa subida de quase 80% em relação ao ano passado.
Segundo as informações reveladas nos últimos duas, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi o banco a registar mais lucros (cerca de 486 milhões de euros, com os resultados líquidos a crescerem 65%).
O segundo lugar deste ranking é do Novobanco, com lucros de 267 milhões de euros (uma subida de 94%), seguido do Santander, com 241,3 milhões (subiu 200%).
Os resultados do BPI aumentaram 9%, para 201 milhões de euros, e os do BCP dispararam 500%, para 74,5 milhões.
Os lucros extraordinários na banca, que chegam numa altura de inflação e subida do custo da energia, representam um aumento de 79%, em relação ao período homólogo.
Para o Novobanco e Caixa, os resultados deste primeiro semestre são os mais altos dos últimos cinco anos, enquanto o BPI registou o seu melhor saldo do primeiro trimestre desde 2018 e o Santander e o BCP os maiores lucros dos últimos três anos.
Os resultados surgem depois dos cinco principais bancos terem fechado o ano de 2021 em terreno positivo, com o Novobanco a registar lucros pela primeira vez desde a resolução do Banco Espírito Santo (BES), em agosto de 2014.
Para efeitos de comparação, CGD, BCP, BPI, Santander e Novobanco registaram quase tantos lucros nos primeiros seis meses deste ano (1.270 milhões de euros) como nos resultados de todo o ano passado (1.511 milhões de euros).
Marcelo não descarta imposto para empresas com lucros extraordinários
Na semana passada, e face aos resultados apresentados por empresas, Marcelo Rebelo de Sousa não descartou a imposição de um imposto sobre os lucros extraordinários, como já foi colocado em prática por Pedro Sánchez em Espanha.
“As empresas que nesta situação têm a vindo a ter proveitos extraordinários devem ser as primeiras a tomarem maior iniciativa de responsabilidade social. Não podem ignorar os que sofrem à sua volta. Têm de investir mais em termos sociais, sacrificando dividendos”, apelou o Presidente da República, depois da participação num encontro com o homólogo de Cabo Verde, José Maria Neves.
Ainda assim, Marcelo reconheceu que “é difícil encontrar uma solução que não seja retroativa e que seja justa” e que “abarque todos” os setores que estejam a beneficiar de lucros extraordinários”.
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