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O Banco Carregosa prevê que em 2022 a economia global seja cada vez menos afetada por novos surtos de covid-19, mas aponta para outros riscos, como a subida dos preços, pressões salariais ou custos da energia.
“Há um consenso generalizado de que 2022 continuará a ser um ano de crescimento económico robusto a nível global, mas a um ritmo mais moderado, em consonância com a fase mais madura do ciclo”, refere o ‘Outlook Inverno” do Banco Carregosa, hoje divulgado.
Perante a crescente taxa de vacinação estima-se que a economia global seja cada vez menos afetadas por novos surtos de covid, mas há outros riscos à espreita, indica o documento, destacando os riscos políticos “desde as eleições presidenciais em França às intercalares nos EUA em novembro, problemas nas cadeias de abastecimento, que tenderão a normalizar ao longo do ano, a subidas nos preços e pressões salariais, à turbulência no mercado imobiliário chinês e aos custos da energia”.
Detendo-se na evolução da inflação na Europa, o Banco Carregosa refere que esta dependerá em grande medida dos custos da energia, notando que “a natureza intermitente das energias renováveis, tais como a eólica, a solar e a hídrica, não responde cabalmente às constantes necessidades energéticas da economia, impulsionando os custos da eletricidade e, consequentemente, a inflação de preços no consumidor europeu”.
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Numa análise ao mercado obrigacionista, o “Outlook Inverno” do Banco Carregosa perspetiva “grandes desafios” para o ano de 2022, sobretudo no segundo semestre, altura em que será mais notória a redução nos programas de compra de ativos por parte dos bancos centrais.
“Espera-se uma subida das taxas de referência nas maiores economias, sendo que estas deverão atingir o seu nível de equilíbrio, resultando numa variação menor do que o que aconteceu em ciclos económicos anteriores”, lê-se no documento.
Apesar do atual panorama de subida da inflação, perspetiva-se que “a inflação caia no final de 2022, à medida que os efeitos do preço da energia e das interrupções nas cadeia de abastecimento se esvaneçam”, com o Banco Carregosa a considerar que “os bancos centrais e os governos vão tentar a transição para um crescimento económico sustentado e não inflacionista”.
No editorial que abre este “Outlook”, o ‘chief Investment Officer’ do Banco Carregosa, Mário Carvalho Fernandes, acentua que “no médio prazo, o risco de uma inflação crescente está agora mais equilibrado em comparação com a tendência de japonização do mundo desenvolvido que se vinha a observar”.
Sobre os mercados acionistas, considera que nos próximos meses a conjuntura económica deverá continuar a criar uma envolvência positiva para estes mercados.
“É expectável maior volatilidade, com correções mais frequentes e de maior magnitude, com alguma rotação setorial para atividades mais cíclicas, mas mantendo a tendência de valorização”, refere, acrescentando que na componente obrigacionista, a exposição seletiva ao risco de crédito deve continuar a ser privilegiada em relação ao risco de taxa de juro.
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