//Banco central da China reduz juros para estimular economia

Banco central da China reduz juros para estimular economia

O Banco do Povo da China anunciou esta terça-feira uma redução dos juros, para empréstimos de médio prazo.

Na prática, o banco central injetou cerca de 50 mil milhões de euros, com uma taxa de juros a um ano de 2,5%. Isto representa um corte de 15 pontos base na taxa para empréstimos a instituições financeiras, face ao mês anterior.

De acordo com o despacho difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua, esta decisão está incluída nos esforços do governo para “reforçar o ajuste anticíclico e estabilizar as expectativas do mercado”.

Hoje foram divulgados os dados da produção industrial do país, que cresceu 3,7% em julho, em termos homólogos, o que representa uma desaceleração.

Apesar do ano ter arrancado com bons indicadores, a recuperação económica da China pós-pandemia mostra sinais de abrandamento. À débil procura doméstica e internacional juntam-se riscos de deflação e estímulos insuficientes, a par de uma crise imobiliária e falta de confiança no setor privado.

China deixa de divulgar desemprego jovem

Está a subir a pique e é um dos indicadores que assinalam nesta altura a situação frágil da economia chinesa. Hoje Pequim anunciou que vai suspender a divulgação dos dados, porque é necessário rever a metodologia.

Em junho o desemprego entre os 16 e os 24 anos atingiu o recorde de 21,3%. Os dados de julho já não foram divulgados.

Segundo um porta-voz do gabinete nacional de estatística é preciso perceber se “estudantes à procura de emprego antes de se formarem devem ser contabilizados nas estatísticas de emprego”.

Pequim afasta risco de deflação

“Não existem riscos de deflação na China, nem agora, nem no futuro”, garante Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatística.

Palavras que surgem uma semana depois do índice de preços ao consumidor, o principal indicador de inflação no país, ter entrado em território negativo em julho, registou uma queda homóloga de 0,3%.

Os preços ao consumidor caíram para território negativo pela última vez em fevereiro de 2021. Agora estavam há meses à beira da deflação, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de ‘zero’ casos de covid-19, no início do ano.

A deflação representa a queda dos preços ao longo do tempo, é o oposto de inflação. Reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente grave. Com a descida do preço dos bens, muitos adquiridos a crédito, gera-se um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

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