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“Que vão subir, vão, dado que estão nos níveis mínimos históricos. Mas não será tão próximo como alguns estão a vaticinar, pelo menos na Europa”, disse Nuno Alves num painel de debate no Congresso Nacional dos Economistas, que decorreu hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Segundo o diretor do BdP, o aumento das taxas de juro nos Estados Unidos “provavelmente será mais próximo”, “mas na Europa, dada a orientação que já está firme do BCE [Banco Central Europeu] relativamente à condução da política monetária nos próximos tempos, nos próximos trimestres, nos próximos anos, não será de esperar um aumento rápido nem de grande magnitude das taxas de juro do BCE nos próximos anos”.
“Os mercados, neste momento, apontam que em 2024 a taxa de juro do BCE vai estar à volta de zero. Zero. É uma coisa inimaginável, é um regime muito longo de taxas de juro muito baixas”, relembrou ainda.
Nuno Alves vaticinou também que “mesmo passado esse período, mesmo pensando noutras economias desenvolvidas que não só a área do euro, a verdade é que as taxas de juro nunca aumentarão para níveis que nós nos habituámos nas últimas décadas”.
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“Há fatores estruturais que fazem com que as taxas de juro nominais, previsivelmente, nunca irão subir para lá de 3% ou 4%, quando nós estávamos habituados a taxas de juro dos bancos centrais de 6%, 7%, 8%”, sustentou.
Segundo o responsável pela área dos Estudos Económicos no banco central, assim acontecerá porque “a taxa de juro real, da economia” decorre de fatores estruturais “como a desigualdade, a demografia, o crescimento da produtividade”, que “estão muito baixos a nível global”.
“O aumento será lento e não será para os níveis que estávamos a imaginar no passado”, concluiu.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, considerou em 03 de novembro, na sessão solene do 175.º aniversário do Banco de Portugal, em Lisboa, “muito improvável” que estejam reunidas as condições para subir as taxas de juro em 2022.
Falando acerca das três condições que “precisam de ser satisfeitas antes de as taxas começarem a subir”, Christine Lagarde considerou que no próximo ano ainda não estarão reunidas as condições para essa subida.
“Apesar da atual subida da inflação, as perspetivas para a inflação no médio prazo permanecem moderadas, e, portanto, é muito improvável que essas três condições sejam satisfeitas no próximo ano”, disse na sessão que decorreu no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
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