O Banco de Portugal rejeita a cobrança de taxas pelas operações efetuadas nas caixas Multibanco. De acordo com o Correio da Manhã, a instituição liderada por Carlos Costa está contra esta opção, há muito defendida pelos bancos.
A discussão sobre o pagamento pela utilização dos ATM não é nova, mas ganhou novo fôlego na semana passada com quase todos os banqueiros a defenderem a cobrança de uma taxa pelas operações nos terminais automáticos.
Os responsáveis máximos dos principais bancos portugueses defendem que se trata de uma questão de justiça tendo em conta os custos e ganhos para os bancos. “Estamos na união bancária ou em Portugal?” questionou o presidente da comissão executiva do BCP, acrescentando que a questão “não é se deve ser pago ou não deve ser pago. Deve ser que na união bancária haja as mesmas regras, defendeu Miguel Maya, durante o ‘CEO Banking Forum’, que decorreu na Nova SBE, em Carcavelos, no dia 8 de maio.
Pelo BPI, Pablo Forero interrogou-se sobre as condições de concorrência face a outras instituições bancárias internacionais: “Se alguém vem aqui fazer negócios sem investir em nenhuma caixa automática, por que têm de ser gratuitas?”.
Já Paulo Macedo, da CGD, disse que o entendimento do banco “é que se é uma questão de prestação de serviço, se o serviço tem valor, deve ser pago”, porque “não é justo achar que os trabalhadores do banco não devem ser remunerados pelo serviço que prestam”.
Por sua vez, António Ramalho, líder do Novo Banco, afirmou que “a resposta é sempre a mesma [que a dos outros presidentes executivos], não há outro racional”, e que “é muito difícil lá fora explicar que [o multibanco] é um serviço subsidiado”, uma vez que normalmente cada banco tem a sua máquina automática.
O governo lembra que os bancos não podem cobrar taxas nas operações feitas em caixas multibanco. Em declarações à TSF, o secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, referiu que a cobrança é proibida por lei e que o executivo não conta mudar a lei.
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