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O Banco de Portugal entregou ao Estado 428 milhões de euros em dividendos relativos ao exercício do ano passado, mostram as contas da instituição liderada por Mário Centeno divulgadas esta quinta-feira.
Os dividendos que foram pagos correspondem a uma redução face aos 607 milhões distribuídos no ano passado. Considerando o imposto sobre o rendimento corrente, foram entregues ao Estado 671 milhões de euros relativos ao exercício de 2020.
Durante a conferência de imprensa, Mário Centeno sublinhou que o contributo do Banco de Portugal para os cofres do Estado “tem vindo a ser muito significativo nos últimos anos”.
De acordo com o relatório de atividades e contas de 2020, a instituição apresentou um resultado líquido de 535 milhões de euros, 31 milhões de euros superior ao resultado orçamentado para 2020. Este resultado traduz, no entanto, uma descida de quase 30% face ao ano anterior.
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Para este resultado contribuíram “a margem de juros, no montante de 802 milhões de euros, cuja principal componente são os juros dos títulos detidos para fins de política monetária, no valor de 882 milhões de euros”, explica a entidade liderada por Mário Centeno. Foram reconhecidos juros a pagar das operações de refinanciamento às instituições de crédito no montante de 202 milhões de euros.
Além disso, foram impactados pelos “resultados realizados em operações financeiras e prejuízos não realizados, no montante de -21 milhões de euros, associados à desvalorização do dólar norte-americano ocorrida nos últimos meses do ano”.
Quanto às expectativas para a atividade em 2021 e aos dividendos a pagar em 2022, Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, referiu que esperam “uma estabilização dos resultados em valores próximos dos verificados em 2020”. Alias, uma estabilização que é esperada no horizonte dos próximos 10 anos, acrescentou.
No que toca às despesas, totalizaram 196 milhões de euros, menos 9 milhões de euros do que em 2019. Os custos com pessoal diminuíram 5%, “refletindo sobretudo o decréscimo de gastos de reformas antecipadas”, detalha a entidade. Os fornecimentos e serviços de terceiros também diminuíram 5%.
No final de 2020, o balanço do Banco de Portugal totalizava 192 mil milhões de euros, um valor superior em 33 mil milhões face ao registado no final de 2019. A instituição destaca que este aumento do balanço “decorreu, essencialmente, das medidas adoptadas para mitigar os efeitos da pandemia sobre a economia.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h)
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