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O Banco de Portugal alertou esta quinta-feira que o fim das moratórias, em setembro de 2021, poderá gerar um aumento “significativo” do crédito malparado.
“A moratória e as linhas de crédito com garantia pública foram fundamentais para mitigar os efeitos da pandemia sobre a liquidez e sobre o risco de crédito das empresas, sendo particularmente importantes nos setores de atividade mais afetados pela crise e, em especial, para as PME (pequenas e médias empresas)”, explica o supervisor no ‘Relatório de Estabilidade Financeira’, divulgado hoje.
“Não obstante, no momento em que as moratórias de crédito expirarem poderá ocorrer um aumento significativo do incumprimento, em magnitude dependente da duração da pandemia e das outras medidas que estiverem em vigor à data”, avisa.
O supervisor destaca que “a adesão à moratória de crédito contribuiu para reduzir as necessidades de liquidez das empresas”.
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“Estima-se que até ao final do período de vigência da moratória
, as prestações devidas e não pagas possam ascender a cerca de 15% do stock de empréstimos das empresas “, frisa.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, alertou para os perigos da retirada de medidas de apoio à economia antes de tempo. “Não podemos de deixar de nos preocupar com efeitos que possam vir a resultar ao longo dos próximos meses. Há um conjunto destas medidas, como as das moratórias, que podem gerar preocupações sobre o surgimento de crédito malparado”, disse o ex-ministro das Finanças na apresentação do relatório.
Centeno alertou para os efeitos de beira do precipício, “no sentido de que há uma interrupção dessas medidas e depois uma dificuldade de adaptação para o período seguinte”. “Temos que nos preparar para esses momentos e esperar que o conjunto de decisões a serem tomadas permitam uma acomodação dessas situações”, defendeu.
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