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O Banco de Portugal (BdP) anunciou esta quinta-feira que cumpriu todos os planos de produção e distribuição de notas, em 2021, apesar das medidas de contenção. No último ano, o regulador da banca portuguesa imprimiu um total de 317 milhões de notas, distribuiu 396 milhões de notas por outros bancos centrais do Eurosistema e recebeu 139 milhões de notas.
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O balanço é feito pelo BdP no Relatório da Emissão Monetária de 2021. A impressão de 317 milhões de notas corresponde à “produção de 289,1 milhões de notas de 5 euros e 28 milhões de notas de 20 euros”, totalizando mais de dois mil milhões de euros. Estas notas foram impressas ao abrigo de um acordo, estabelecido em 2018, com os bancos centrais da Bélgica e da Áustria.
O acordo prevê “a fusão das quotas de produção de notas de euro dos três bancos centrais e a divisão equitativa dessa produção entre a Valora S. A [fábrica impressora do BdP]., o impressor de notas detido pelo Banco de Portugal, e o impressor austríaco”. Refira-se que a Valora pertence ao BdP e funciona nas instalações do regulador, no Carregado.
Assim, o BdP é um dos bancos centrais do Eurosistema que fornece notas a outros bancos centrais – Áustria e Bélgica, neste caso. Este tipo de cooperação vale até 2026, a fim de “maximizar a utilização da capacidade produtiva instalada e de minimizar o preço pago pela aquisição de notas de euro”.
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Ao todo, além de imprimir 317 milhões de notas, o BdP “entregou a bancos centrais do Eurosistema 381,2 milhões de notas de baixa denominação (5, 10 e 20 euros) e 15,2 milhões de notas de 50 euros”
“Por outro lado, o Banco recebeu 138,8 milhões de notas de todas as denominações, com exceção das notas de 5 e 200 euros”, lê-se.
O número de notas que entregues pelo BdP foi superior às recebidas. Os números são explicados pela quebra de 6,8% na procura por notas de euro junto do regulador da banca nacional.
“Esta evolução refletirá a menor entrada de notas em Portugal por via do turismo e a maior retenção de notas pelo público, para efeito de reserva de valor, comportamento típico em períodos de crise. O valor das notas colocadas em circulação pelo Banco de Portugal, que evidenciou até 2019 uma tendência de decréscimo, voltou, assim, a aumentar pelo segundo ano consecutivo”, lê-se.
No final de 2021 continuavam por trocar 11,4 milhões de euros em notas de escudo
O relatório do BdP refere, ainda, que no final de 2021 continuavam por trocar 11,4 milhões de notas de escudo no valor de 94,8 milhões de euros. Ora, as últimas notas de escudo prescreveram a 1 de março deste ano, pelo que já não podem ser trocadas por euros.
O BdP explica que “não dispõe de informação sobre a localização das notas de escudo não trocadas ou sobre o motivo que impediu a sua troca”.
Em 2021, o organismo que regula a banca portuguesa trocou 34.480 notas de escudo no valor de 542 mil euros, um aumento de 10.263 notas face a 2020..
Ainda em 2021, segundo o relatório publicado hoje, o BdP retirou de circulação 10.836 notas (correspondentes a 328 mil euros) e 1.513 moedas contrafeitas. “O número de contrafações de notas e moedas de euro apreendidas permaneceu residual”, conclui.
Acresce que o BdP verificou a “genuinidade e a qualidade” de 448 milhões de notas e de 64 milhões de moedas e “destruiu e incinerou, aproveitando a energia elétrica gerada nesse processo, 59 toneladas de notas inaptas para voltar a circular”.
Além disso, foram valorizadas “manualmente” 39.557 notas de euro e 1.339 de escudo deterioradas, “restituindo a quem as apresentou um valor equivalente a 1,6 milhões de euros”, tendo ainda avaliado 281 mil notas de euro neutralizadas por dispositivos antirroubo.
“As instituições de crédito e as empresas de transporte de valores processaram, em conjunto, 6 vezes mais notas e 26 vezes mais moedas do que o Banco de Portugal”, lê-se.
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