//Banco de Portugal revê em alta crescimento da economia e em baixa o défice esperado

Banco de Portugal revê em alta crescimento da economia e em baixa o défice esperado

No último Boletim Económico do ano, o Banco de Portugal (BdP) reviu em alta as estimativas de crescimento da economia para 2% em 2025 e 2,3% em 2026.

Com esta revisão em alta, o banco central fica em linha com o Governo, que incluiu no Orçamento do Estado para 2026 também crescimentos de 2% este ano e 2,3% no próximo.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

No último boletim, de outubro, o BdP apontava para um crescimento de 1,9% em 2025 e 2,2% em 2026, estimativas que foram agora revistas em 0,1 pontos percentuais.

A revisão publicada esta sexta-feira é justificada com “um maior crescimento do consumo privado”. Além disso, “num enquadramento internacional marcado por tensões comerciais, apreciação do euro e incerteza elevada, a economia portuguesa mantém um crescimento robusto”, lê-se no Boletim Económico de dezembro.

O BdP sublinha ainda que “o alívio das condições financeiras, o reforço dos fundos europeus e uma política orçamental expansionista têm atenuado o impacto dos choques externos”.

Até 2028, a instituição liderada por Álvaro Santos Pereira prevê o abrandamento do crescimento da economia para 1,8%.

Em 2026 as contas públicas devem fechar com um défice de 0,4%

O Banco de Portugal melhorou também as estimativas para as contas públicas. Agora antecipa um saldo nulo este ano e um défice orçamental de 0,4% em 2026. Em junho, o banco central projetava um défice de 0,1% este ano e de 1,3% em 2026.

As novas estimativas mantêm saldos negativos nos próximos anos, mas menores: 0,4% do PIB em 2026, 0,9% em 2027 e 1% em 2028″.

“As melhorias das previsões face a junho refletem, entre outros fatores, novas medidas de política, a alteração das hipóteses relativas aos empréstimos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e o impacto da revisão do cenário macroeconómico na receita fiscal”, explica o BdP.

Estas projeções só incluem as medidas já aprovadas pelo parlamento ou definidas pelo Governo com detalhe suficiente e elevada probabilidade de aprovação. Ainda assim, continuam a ser mais pessimistas que o governo, que no próximo Orçamento do Estado disse esperar para 2026 um excedente orçamental de 0,3% este ano e de 0,1% no próximo.

Para a dívida pública, o BdP antecipa a manutenção de “uma trajetória descendente”, diminuindo de 93,6% do PIB em 2024, para 88,2% do PIB em 2025 e para 79,5% do PIB em 2028.

Habitação: “Oferta, oferta, oferta”

Durante a conferência de imprensa no Museu do Dinheiro, esta sexta-feira de manhã, na estreia de Álvaro Santos Pereira, salientou a crise no acesso à habitação, e culpa sobretudo a escassez de casas à venda no país.

O novo Governador do Banco de Portugal vinca que houve uma inversão da procura e da oferta na última década. Álvaro Santos Pereira assinala que o aumento de preços da habitação decorre essencialmente da baixa oferta no mercado.

“Tem havido muito pouca oferta”, assinala o Governador, que aponta as dificuldades. Álvaro Santos Pereira culpa essencialmente a morosidade da emissão das licenças, a aponta o caminho: “A habitação deve ter três prioridades para os próximos anos: oferta, oferta, oferta”.

Questionado pelos jornalistas se as medidas anunciadas pelo Governo, que incluem, por exemplo, a redução do IVA da construção para 6%, podem resultar ou terão um impacto residual, Álvaro Santos Pereira vinca que qualquer medida de estímulo da habitação é positiva. No entanto, a maior guerra deve ser travada com as autarquias, para reduzir o tempo necessário para emitir as licenças de habitação.

Eu gostaria que nós publicássemos a duração média dos licenciamentos em todos os municípios, para toda a gente saber quanto tempo demora construir em Lisboa, no Porto ou em Castelo Branco”, afirmou o novo governador.

Ver fonte

TAGS: