O Banco Montepio lucrou 12,6 milhões de euros em 2018, quase o dobro do verificado no ano anterior. A entidade beneficiou da descida de imparidades e provisões. Ainda assim, a instituição detida pela Associação Mutualista Montepio sublinhou, nas contas divulgadas esta segunda-feira, que houve efeitos não recorrentes a penalizar os resultados.
“Este valor ficou comprometido por um conjunto de fatores excecionais que se registaram no quarto trimestre e que não estão diretamente relacionados com a atividade do banco”, refere a instituição financeira. Entre esses impactos está a provisão de 2,5 milhões de euros para a coima aplicada pelo Banco de Portugal ao Montepio.
Além desse custo, o Banco Montepio enunciou ouros fatores extraordinários com peso negativo. A venda do Banco Terra Moçambique pesou 3,7 milhões nos resultados, a venda de malparado penalizou as contas em 8,4 milhões de euros e houve despesas com coberturas cambiais de uma participação em reais brasileiras no valor de 4,1 milhões de euros.
O chairman do banco, Carlos Tavares, considerou, na apresentação das contas anuais, que mais que o resultado líquido final, se deveria olhar para o que considera ser uma “significativa melhoria da saúde e balanço do banco”. No entanto, em itens como a margem financeira, comissões e resultados de operações financeiras houve descidas nos ganhos do banco. A margem financeira desceu de 266 milhões para 248 milhões já que em 2018 o banco não beneficiou de vendas de dívida pública. As comissões desceram 1,2% para 118 milhões de euros.
A ajudar os resultados estiveram sobretudo as menores imparidades e provisões. As imparidades de crédito desceram 85 milhões para 75,8 milhões de euros. No entanto, apesar de nos resultados as imparidades terem tido um impacto positivo, no balanço teve de haver um reforço devido a novas exigências contabilísticas do modelo IFRS.
Do lado da qualidade dos ativos, o rácio de malparado desceu de 16,7% para 14,3% com a ajuda da venda de carteiras de crédito não produtivo. Já o rácio de solvabilidade que mede os fundos próprios de nível 1 subiu de 13,2% para 13,5%.
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