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Os bancos fecharam 117 balcões no último ano mas aumentaram os seus quadros e empregam agora o maior número de trabalhadores desde 2016.
Os dados foram divulgados esta quinta-feira pela APB-Associação Portuguesa de Bancos e apontam que, no final de junho deste ano, o setor empregava 46.714 trabalhadores, mais 41 do que no mesmo mês de 2019.
No final do primeiro semestre, existiam 3.695 balcões bancários, menos 117 do que no final de junho do ano passado. Trata-se o número mais baixo desde há mais de duas décadas.
O setor tem vindo a encerrar agências em todo o país e, nos últimos anos, diversos bancos levaram a cabo planos de despedimentos. Mas a crescente tendência da banca online a maior concorrência de rivais digitais tem levado os bancos a recrutar trabalhadores fora do setor de banca tradicional.
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Mas a porta dos despedimentos continua aberta. Ainda hoje os sindicatos denunciaram que o banco Santander está a propor a “muitos trabalhadores” rescisões por mútuo acordo. E analistas antecipam que a crise económica provocada pelas medidas do governo adotadas no âmbito da epidemia deverá levar os bancos a voltar a despedir.
O impacto da crise atual já foi visível nas contas dos bancos na primeira metade deste ano, ” nomeadamente ao nível da rentabilidade”, refere a APB. “Nos primeiros seis meses do ano, os resultados líquidos dos bancos caíram 77% face ao período homólogo, uma descida maioritariamente explicada pela necessidade de reforçar a constituição de imparidades”, destaca num comunicado sobre o relatório com a Síntese de Indicadores do setor Bancário. Os bancos lucraram 255 milhões de euros no primeiro semestre deste ano.
Frisa que, “apesar do contexto adverso, verificou-se uma subida de 3,2% nos depósitos de clientes, para os 278,9 mil milhões de euros, e um aumento na concessão de crédito”. No caso dos depósitos, o valor depositado nos bancos atingiu o montante mais alto desde, pelo menos, 2011.
Os empréstimos a clientes atingiram o máximo desde 2014, em 236 mil milhões de euros, mais 1,2% do que no final de junho do ano passado.
“Entre abril e junho, o crédito às empresas registou uma subida de 5,2%, o que é elucidativo do papel que os bancos têm tido no apoio à economia neste momento particularmente difícil, seja através dos mecanismos garantidos pelo Estado, seja através dos seus próprios instrumentos”, diz a APB.
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