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Os cinco principais bancos que operam em Portugal cobraram 1222 milhões de euros em comissões bancárias no primeiro semestre deste ano. Trata-se de um aumento de 12% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados compilados pelo DN/Dinheiro Vivo. No total, o BCP, CGD, Santander, BPI e Novo Banco encaixaram mais 130 milhões de euros na primeira metade do ano em proveitos de comissionamento que podem estar relacionados com serviços da banca tradicional (como abertura de contas e processos de crédito) ou com a atividade de mercados financeiros, como gestão de ativos ou comissões de corretagem.
Nos últimos anos, o preçário das comissões pagas pelas operações prestadas pelos bancos tem aumentado. Uma estratégia seguida pelo setor para compensar, em parte, os efeitos das taxas em mínimos históricos. No entanto, as consecutivas subidas de preços levaram o Parlamento a colocar um travão a algumas comissões cobradas, como nas transferências realizadas através do MB Way.
De janeiro a junho deste ano, o banco público aumentou em 13% o valor consolidado das comissões bancárias para 306 milhões de euros. A atividade doméstica foi responsável por 240 milhões de euros, com os maiores crescimentos a centrarem-se nas “comissões de colocação de fundos de investimento (+8 milhões de euros), de mediação de seguros (+4,2 milhões de euros), de operações de crédito (+2,8 milhões de euros) e de garantias prestadas (+2,2 milhões de euros”, detalhou a entidade liderada por Paulo Macedo no relatório das contas do primeiro semestre.
O BCP registou proveitos consolidados de 387 milhões de euros nesta rubrica, o que traduz um aumento de 9,8%. Este crescimento foi maior na atividade em Portugal, onde arrecadou 277 milhões de euros, mais 12%. Nas operações internacionais a evolução foi de 4,4% para 110 milhões de euros.
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O banco liderado por Miguel Maya justificou esta evolução com “a progressiva normalização da atividade económica”. Na apresentação dos resultados detalhou que a performance na atividade doméstica “beneficiou do desempenho quer das comissões relacionadas com o negócio bancário, que apresentaram um aumento de 11,7%, quer das comissões relacionadas com os mercados financeiros, que se situaram 14,3% acima do montante contabilizado nos primeiros seis meses de 2021”. Entre as comissões do negócio bancário, o BCP destacou o crescimento das relacionadas com cartões e transferências de valores, com estas últimas a quase duplicar face ao montante registado no semestre homólogo, refletindo a recuperação dos níveis de transacionalidade pós-pandemia. Uma explicação também partilhada pelo Santander Totta que viu os proveitos de comissionamento engordarem 18% para quase 240 milhões de euros,
O BPI e o Novo Banco ganharam cerca de 144 milhões de euros em comissões bancárias, um aumento de 11% e 6,5%, respectivamente.
Lucros disparam 78%
No total, os cinco maiores bancos somaram ganhos de 1,2 mil milhões de euros na primeira metade do ano. Apesar do aumento dos lucros em 78% face ao mesmo período do ano passado, todos os banqueiros descartam falar em “lucros excessivos” e batem o pé em relação à eventual implementação de um novo imposto extraordinário sobre o setor, como aconteceu em Espanha.
A CGD foi responsável por quase metade do total dos lucros dos maiores bancos (486 milhões de euros), tendo registado uma subida de 65%.
Já o Novo Banco quase que duplicou o resultado líquido para 266,7 milhões de euros. O Santander Totta que quase triplicou os lucros para 241,3 milhões de euros, seguindo-se o BPI com 201 milhões de euros, um aumento de 9%, Por fim, o resultado líquido do BCP sextuplicou para 74,5 milhões de euros.
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