//Bancos lucram mais de mil milhões até junho

Bancos lucram mais de mil milhões até junho

Na primeira metade do ano, a CGD, o Santander Totta, o BPI e o BCP aumentaram os lucros em 75 %, face ao mesmo período do ano passado. No total, os quatro bancos somaram ganhos de mil milhões de euros, quando no mesmo período de 2021 o resultado destas instituições financeiras se tinha situado em 574,7 milhões de euros. Todos os banqueiros rejeitam “lucros excessivos” e “caídos do céu” e defendem que o setor já tem uma carga fiscal pesada.


A CGD foi responsável por quase metade do total dos lucros dos maiores bancos conhecidos até agora. A instituição liderada por Paulo Macedo fechou o primeiro semestre com 486 milhões de euros. Trata-se de uma subida de 65% face aos 294 milhões de euros registados no período homólogo. Esta evolução é explicada por “um menor custo do risco de crédito no período após a fase mais aguda da pandemia Covid-19 e a venda de alguns ativos “não core” [não estratégicos], bem como o contributo da atividade internacional para o resultado líquido do Grupo, no valor de 109 milhões de euros, cerca de 22% do total”, detalhou o banco público em comunicado.


A CGD registou uma melhoria em 21% da margem financeira para 591 milhões de euros e uma redução de provisões e imparidades no valor de 334,7 milhões, com as imparidades de crédito a diminuírem 197 milhões de euros.


O Santander Totta registou o segundo maior lucro, tendo quase triplicado os resultados para 241,3 milhões de euros. No primeiro semestre do ano passado, o número tinha ascendido a 81,4 milhões de euros. Parte deste resultado é justificado com o encargo extraordinário de 165 milhões de euros para o plano de saídas dos trabalhadores, um custo não recorrente que agora deixou de ser contabilizado.


Ao contrário do banco público, a margem financeira da entidade liderada por Pedro Castro e Almeida caiu 3,4% para 370,3 milhões de euros. E, como o banco adiantou, este indicador só deve melhorar no próximo ano.


O BPI alcançou lucros de 201 milhões de euros, um aumento de 9%. A atividade em Portugal contribuiu com 85 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 17% relativamente ao semestre homólogo de 2021 excluindo extraordinários (ganho com a venda de créditos não produtivos e custos com reformas antecipadas e rescisões voluntárias).