//Bancos portugueses não vêm razão para Governo aplicar mais impostos ao setor

Bancos portugueses não vêm razão para Governo aplicar mais impostos ao setor

Os líderes de alguns dos principais bancos portugueses disseram esta terça-feira que não vêm razão para o Governo aplicar mais impostos sobre o setor, depois de o executivo ter dito que vai analisar alternativas ao revogado adicional de solidariedade.

O presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, apontou que o seu banco “paga cerca de 37% de IRC e ainda contribui com centenas de euros para o Fundo de Resolução (FdR) e para o mecanismo de capital contingente. “Eu não parti nenhum copo, vou ter de pagar a festa toda?”, apontou, na Money Summit Portugal 2030, que decorreu em Lisboa.

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“Sinceramente não estou a ver a razão – a não ser puramente ideológica – de carregar com mais impostos a banca”, acrescentou o presidente do banco do grupo espanhol Caixabank.

Por sua vez, o presidente do BCP, Miguel Maya, apontou que o setor tem um imposto especial e “uma contribuição para uma coisa chamada Fundo de Resolução”. “O BCP já superou 600 milhões de euros e ainda vamos ter aqui 30 ou 40 anos para pagar”, atirou.

Do lado do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida também abordou a questão do IRC e apontou que o banco é responsável por 5% da receita total. O gestor alertou para os riscos de aumentar a tributação num país pequeno e com poucas grandes empresas como Portugal.

“São as empresas que criam mais emprego, mais inovação, mais investimento. Espero que não vá avançar. Eu acho que é mais uma questão política, mas acho que já não faz sentido o nível de tributação que temos ao nível das grandes empresas e das pessoas em Portugal. Não faz sentido nenhum estar a falar em aumento de impostos”, acrescentou.

Por sua vez, Pedro Leitão, do Montepio, assinalou que os impostos no banco “penalizam aquilo que é a rendibilidade do capital” e o que o banco pode reinvestir.

No início do mês, na apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2026, que revoga o imposto adicional sobre o setor bancário (depois de ter sido declarado inconstitucional pelo Tribunal Constitucional), o Governo anunciou que vai procurar novas formas de tributar a banca.

“Vamos revisitar o tema da tributação desse setor e procurar outras formas de tributação que não tenham um problema de inconstitucionalidade”, disse, então, Miranda Sarmento aos jornalistas.

Em junho, já tinha sido conhecido que por causa da inconstitucionalidade o Estado iria devolver aos bancos cerca de 200 milhões de euros referentes ao valor pago neste imposto desde a sua criação.

O adicional de solidariedade sobre o setor bancário foi criado em 2020 pelo Governo PS (de António Costa), aquando da crise da Covid-19, para financiar a Segurança Social.

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