Os lucros dos bancos portugueses dispararam mais de 50% no ano passado, para o melhor resultado desde a crise financeira de 2007, apresentando contas líquidas positivas pelo quinto ano consecutivo.
Segundo o Banco de Portugal, a banca acumulou lucros de 3,12 mil milhões de euros, muito graças ao aumento da margem financeira, ou seja, a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos, que atingiu o seu maior valor desde 2003.
Depois de seis anos em terreno negativo entre os anos de 2011 e 2017, os bancos portugueses registaram o seu melhor resultado dos últimos 15 anos.
É preciso recuar até 2007, quando a banca registou lucros de 3,93 mil milhões de euros, para encontrar um ano melhor.
A subida em relação ao ano passado foi de 1.150 milhões de euros, que se traduz num crescimento de 58% em comparação com 2022.
Em parte, este aumento dos resultados líquidos está relacionado com a subida de 1.381 milhões de euros da margem financeira e com a diminuição de cerca de 600 milhões de euros dos custos com a constituição de imparidades e de provisões.
“O aumento da margem financeira ocorreu num contexto em que as taxas de juro dos empréstimos tiveram uma resposta mais rápida à subida dos juros nos mercados interbancários do que as taxas de juro dos depósitos. No final de 2022, esse diferencial era de 3,30 pontos percentuais, o valor mais elevado desde 2003, ano inicial das séries de taxas de juro divulgadas”, refere o Banco de Portugal.
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