Os bancos preveem que vai haver uma forte quebra nos pedidos de crédito por parte dos particulares, no segundo trimestre deste ano, em especial no segmento da habitação.
Dada a crise que se vive, “para o segundo trimestre do ano, os bancos antecipam critérios mais restritivos na concessão de empréstimos ao setor privado não financeiro, em especial no segmento dos particulares”, revela ainda o relatório com as conclusões do ‘Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito’ do mês de abril, divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal.
Já no caso das empresas, a banca antecipa que vai disparar a procura de crédito.
“No primeiro trimestre de 2020, os bancos portugueses que participam no inquérito indicaram que a oferta de crédito a empresas e a particulares permaneceu praticamente inalterada face ao trimestre anterior”, adiantou o documento.
“No mesmo período, a procura de crédito aumentou ligeiramente no segmento das empresas e reduziu-se ligeiramente no segmento dos particulares”, referiu.
Questionados sobre o impacto no setor da banca das medidas de apoio à economia do Banco Central Europeu (BCE), os bancos responderam que esperam que tenha impactos positivos.
“Para os próximos seis meses, os bancos esperam que os programas tenham um efeito positivo sobre a sua rendibilidade, tanto através da margem financeira como dos ganhos de capital. A maioria dos bancos espera ainda um efeito positivo sobre o rácio de fundos próprios”, concluiu o inquérito.
“Relativamente ao impacto que os programas de compra de ativos do BCE têm na política de concessão de crédito, os bancos esperam um ligeiro efeito positivo no volume de crédito concedido, para os próximos seis meses”, indicou o relatório.
O BCE anunciou no passado dia 12 de março de 2020 um pacote temporário de compras de ativos, no montante de 120 mil milhões de euros a realizar até ao final do ano. No dia 18 de março anunciou ainda um novo programa -‘Pandemic Emergency Purchase Programme’ (PEPP) – de apoio à economia, com um valor de 750 mil milhões de euros.
As compras de ativos serão realizadas até ao fim de 2020 e vão incluir todas as classes de ativos elegíveis sob o ‘Asset Purchase Programme’ (APP) existente.
Segundo o resultado do inquérito aos bancos portugueses, “nos últimos seis meses o APP e o PEPP3 contribuíram para um ligeiro aumento do total de ativos, designadamente de obrigações soberanas da área do euro”.
“Segundo as respostas dos bancos no BLS, os programas também melhoraram as condições de financiamento no mercado e levaram a um aumento na rendibilidade dos bancos decorrente de ganhos de capital”, revelou.
Atualizada às 12H53 com mais informação
Deixe um comentário