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Os bancos portugueses não têm grandes incentivos para subirem rapidamente os juros dos seus depósitos, avança o Expresso esta sexta-feira. Estes juros não sobem como reflexo da Euribor, ao contrário da remuneração dos créditos que concedem, pelo que não há obrigatoriedade. E, depois, os bancos têm já volumes bastante elevados de depósitos, não interessando fazê-los crescer ainda mais. Os banqueiros defendem que será a concorrência a determinar a evolução dos juros nestas aplicações e fecham-se todos sobre o que vai acontecer.
Desde janeiro de 2022 que os juros dos novos créditos à habitação vêm subindo em Portugal (de 0,81% nesse mês para 1,47% em junho) e desde dezembro em toda a zona euro (de 1,32% para 1,9%), segundo os dados divulgados esta semana pelo Banco de Portugal. Um movimento que reflete a mexida do indexante bancário utilizado, a Euribor, que vinha evoluindo favoravelmente a antecipar o que aconteceu em julho: a subida da taxa diretora da zona euro de 0% para 0,5%, com a taxa de depósitos aplicados pelos bancos junto do Banco Central Europeu a passar de -0,5% para 0%.
Ao contrário dos créditos, os depósitos não têm de seguir a evolução da Euribor, já que as aplicações não costumam ter indexante. Dependem sempre de decisões de política comercial de cada banco, seguindo a taxa de juros nos depósitos do BCE. Só em junho é que a taxa nos novos depósitos no país verificou uma subida, quase meio ano depois dos créditos. A remuneração média dos novos depósitos dos clientes particulares passou de 0,04%, em que se encontrava desde setembro, para 0,07%, valor inédito desde janeiro de 2021, de acordo com os dados divulgados esta semana pelo Banco de Portugal. Além disso, continua distante do juro médio dos novos depósitos na zona euro, que aumentou no mesmo mês de 0,18% para 0,19%, acrescenta o semanário.
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