Centenas de lesados do Banif esperam que, até ao final do ano, possa haver um acordo com o governo para criar uma solução que os recompense das perdas que tiveram, mas em paralelo vão prosseguir com ações individuais contra o Estado português.
O objetivo é garantir que, se algo correr mal, têm os seus direitos assegurados, já que consideram que o Estado, bem como o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, têm responsabilidades pelos prejuízos que sofreram com a resolução do banco.
“A nossa expectativa é que a solução seja, no mínimo, igual à dos lesados do BES”, disse Jacinto Silva, presidente da Alboa-Associação de Lesados do Banif, ao Dinheiro Vivo.
Representantes de cerca de 20 escritórios de advogados com clientes lesados do Banif reuniram na manhã desta quarta-feira num hotel em Lisboa para definir estratégias comuns e enquadrar ações conjuntas.
Os advogados estão a “estudar os cenários que podem advir da reclamação de créditos e da análise feita pela comissão liquidatária” do Banif, disse Jacinto Silva.
Lembrou que o prazo para reclamação de créditos já encerrou e que está para breve o apuramento dos valores das perdas e do número de reclamantes.
“Consideramos que são elementos fundamentais para as reuniões que pretendemos ter com o governo”, afirmou. “É fundamental nas próximas reuniões com representantes do governo ter esses dados para podermos começar a desenhar uma solução. O princípio de equidade tem de ser aplicado”, sublinhou.
No final de agosto, um conjunto de cerca de 500 lesados avançou com ações em tribunal contra o Estado português devido à resolução do Banif.
Atualizada às 17H55 para acrescentar que as ações em tribunal contra o Estado português foram iniciadas no final de agosto deste ano.
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