//Banqueiros pedem  reformas no novo ciclo político

Banqueiros pedem  reformas no novo ciclo político

São os desejos dos banqueiros para o novo ciclo político que se aproxima. As eleições legislativas estão agendadas para o dia 30 de janeiro. Os líderes dos maiores bancos em Portugal pedem “vitalidade”, mas também a possibilidade de serem feitas reformas.

O tema do novo ciclo político fez parte do primeiro debate da quinta edição da Money Conference Banca 2022 – Testar, Personalizar e Crescer, organizada pelo DV/DN/ /TSF em parceria com a EY, Sage e Iberinform, que se realizou ontem. O debate contou com a presença de Miguel Maya, presidente executivo do Millennium BCP, Paulo Macedo, CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Ramalho, CEO do Novo Banco e Francisco Barbeira, membro da comissão executiva do BPI, tendo a moderação estado a cargo de Rosália Amorim, diretora do Diário de Notícias.

Paulo Macedo considera que Portugal precisa de “capacidade de transformação” e que exista “uma possibilidade de fazer reformas”. Para o gestor, o que “importa é que o novo quadro possa ter capacidade de tomada de decisão”. Paulo Macedo afirmou que espera que haja uma aceleração da execução das medidas propostas. “O país não pode ficar parado”.

Já Francisco Barbeira, membro da comissão executiva do BPI considera que este momento “era necessário para uma promessa de estabilidade política” e que “era fundamental criarmos um novo quadro de estabilidade política”.

Por outro lado, António Ramalho, presidente executivo do Novo Banco, referiu que a democracia tem os seus próprios mecanismos de rejuvenescimento. Miguel Maya, CEO do Millennium BCP, alinhou pelo mesmo diapasão: “Eu preservo e valorizo muito a estabilidade. Mas privilegio ainda mais a vitalidade”, afirmou. E mostrou-se favorável à decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de definir eleições antecipadas para 30 janeiro do próximo ano. “O tema da vitalidade sobrepõe-se, na minha opinião, à estabilidade”, afirmou.

O papel importante das moratórias na crise

No debate, os banqueiros destacaram o papel das moratórias na crise provocada pelas medidas adotadas na gestão da pandemia. A mensagem principal transmitida foi a de que há uma relativa tranquilidade no que concerne à evolução da gestão das moratórias. Isso foi demonstrado pelo discurso de Paulo Macedo, que referiu que a banca necessita de pelo menos seis meses para ter dados concretos, nomeadamente das empresas, mas que, para já, os indícios são positivos, com níveis baixos de incumprimento. E isso foi possível, acrescentou o CEO da CGD, porque as empresas prepararam-se com antecedência e a própria banca fez todo um trabalho de abordagem aos clientes (corporate e particulares), tendo, inclusive, reestruturado diversos créditos. “Há várias soluções que permitem que vejamos as moratórias com relativa tranquilidade”, concluiu.