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O plano de recuperação e resiliência (PRR) deverá ter um impacto de 3,5% no produto interno bruto (PIB) até 2025 que resulta os investimentos previstos pelo governo.
A estimativa é avançada pelo Ministério das Finanças, no Programa de Estabilidade que foi entregue esta quinta-feira na Assembleia da República.
“Do exercício de quantificação do impacto dos investimentos do PRR no curto prazo resulta um incremento da taxa de crescimento média anual do PIB de 0,7 pontos percentuais”, começa por indicar o documento elaborado pela equipa de João Leão. “De acordo com este cenário, o PIB de 2025 encontra-se 3,5% acima do que estaria face ao cenário sem PRR”, acrescenta o programa de estabilidade (PE).
Os cálculos das Finanças apontam para que “no conjunto destes cinco anos, cada euro investido no PRR traduz-se em 1,4 euros de impacto no PIB (multiplicador de curto prazo)”.
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Em causa estão 16,6 mil milhões de euros de subvenções e empréstimos da União Europeia para injetar na economia na recuperação pós-pandemia. Deste bolo, 13,9 mil milhões são verbas a custo zero (fundo perdido) e 2,7 mil milhões em empréstimos a juros muito baixos.
A estimativa do governo é bastante mais otimista do que a do Banco de Portugal que no Boletim Económico divulgado em março aponta para um impacto no PIB entre 1,1% e 2% em 2026.
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Cinco vezes mais a 20 anos
O exercício das Finanças vai além destes cinco anos do horizonte do PE. “Numa avaliação dos impactos dos investimentos e reformas do PRR resulta um multiplicador acumulado ao longo de 20 anos de cerca de 4,8. Ou seja, cada euro investido ao longo do período 2021-2026 no âmbito do PRR traduz-se num ganho acumulado cerca de cinco vezes superior ao longo dos próximos 20 anos”, aponta o documento.
“O nível do produto anual será, ao fim de 10 anos (em 2031), 2,2% maior do que seria sem PRR, o que significa que o PRR gera um incremento médio na taxa de crescimento potencial anual de cerca de 0,22 pontos percentuais. Ao fim de 20 anos (em 2041), o produto anual estará 3,1% acima do nível do produto que se registaria sem PRR”, prevê a equipa de João Leão.
No âmbito do chamado Semestre Europeu, o governo tem de apresentar à Assembleia da República, até ao dia 15 de abril, para apreciação no prazo de 10 dias, a atualização do Programa de Estabilidade, antes do seu envio à Comissão Europeia que deverá ocorrer até ao final deste mês.
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