Tal como era esperado, o Banco Central Europeu voltou a reduzir as taxas de juro, a quinta descida em sete meses, com um corte de 25 pontos base. Assim, a taxa de juro dos depósitos cai para 2,75%, depois de ter atingido os 4% no ano passado.
“O processo desinflacionista está bem encaminhado”, lê-se no comunicado do BCE, emitido esta quinta-feira, que considera que a inflação “deverá regressar ao objetivo de médio prazo de 2%” no decurso deste ano.
Segundo a decisão do Conselho do BCE, tomada na primeira reunião do ano, as três taxas de juro diretoras caem 25 pontos base: além da dos depósitos (2,75%), a taxa de juro às operações principais de refinanciamento desce para 2,90% e a da facilidade permanente de cedência de liquidez fica nos 3,15%. A decisão tem efeitos a 5 de fevereiro de 2025.
Apesar do corte, o BCE deixa o aviso: a inflação interna permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar‑se. “Contudo, o crescimento dos salários apresenta, como esperado, uma moderação e os lucros estão a amortecer, em parte, o impacto na inflação.”
Quanto ao futuro, a posição do BCE mantém-se, não se comprometendo com nenhum tipo de trajetória das taxas de juros. Todas as decisões serão tomadas reunião a reunião, com base na informação recolhida a cada momento, mas mantendo-se o foco em “assegurar que a inflação estabiliza, de forma sustentada, no seu objetivo de médio prazo de 2%”.
Descida de 50 pontos não esteve em cima da mesa
Durante a conferência de imprensa, que começou pouco depois de anunciada a descida das taxas de juro, a presidente do BCE esclareceu que a decisão de cortar 25 pontos nas taxas diretoras foi unânime.
“Não houve debate sobre se esta decisão era, ou não, a decisão apropriada”, esclareceu Christine Lagarde, já que todos estavam de acordo. E acrescentou que não foi discutida, “de todo”, a possibilidade de ir mais além, com um corte de 50 pontos.
Por outro lado, e além de recordar que o BCE já cortou 125 pontos base às taxas de juros desde junho de 2024, Lagarde afirma que no comunicado, o BCE assume que ainda se está em território restritivo. E, por isso, também não foi discutido quando será “oportuno parar” de cortar as taxas.
De resto, Lagarde repetiu o que já tinha sido dito no comunicado: o BCE está determinado a garantir que a inflação estabiliza nos 2% de forma sustentável e “não se compromete” com qualquer decisão futura sobre os juros.
“Estamos confiantes de que a inflação irá atingir o nosso objetivo de 2% ao longo deste ano”, sublinhou a presidente do BCE. “Todos os nossos indicadores relacionados com os salários estão a descer, o que nos dá confiança”, mas ainda não há razões para “celebrar”, concluiu Christine Lagarde.
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