A taxa exigida pelos investidores para deterem dívida portuguesa a dez anos desceu para o valor mais baixo de sempre após a reunião do Banco Central Europeu (BCE). Os juros implícitos das obrigações a dez anos baixaram pela primeira vez abaixo de 1,4%. Caíram esta quinta-feira de 1,423% para 1,34%.
A instituição liderada por Mario Draghi anunciou esta quinta-feira que vai fazer mais empréstimos à banca a custo zero para “preservar condições de financiamento bancário favoráveis e a transmissão regular da política monetária”.
O BCE indicou ainda que os juros continuarão em mínimos históricos por mais tempo. Se dantes dizia que as taxas de referência não começariam a subir até ao Verão deste ano, agora o BCE espera que permaneçam nos níveis atuais “pelo menos, até ao final de 2019 e, em qualquer caso, enquanto for necessário para assegurar a continuação da convergência sustentada da inflação no sentido de níveis abaixo, mas próximo, de 2% no médio prazo”.
Esta maior cautela do BCE em relação aos juros e às condições de financiamento da banca surge devido à revisão em baixa das estimativas para a economia da zona euro. O pessimismo levou a que as bolsas europeias reagissem em baixa às decisões de Mario Draghi. O Stoxx 600, que agrupa as 600 cotadas mais representativas da Europa, desce mais de 0,60%. E o PSI20 perde quase 0,80%.
Já a dívida pública serviu de refúgio, com os investidores a exigirem juros mais baixos para deterem títulos de dívida de sobreanos do euro. No caso da dívida alemã a dez anos a taxa desce de 0,13% para 0,07%. Nos títulos espanhóis a descida é de 1,11% para 1,05%. As obrigações portuguesas estão também a beneficiar desse apetite por dívida, que sai favorecida com a abordagem mais expansionista do BCE.
Em sentido contrário, o euro sofre face às principais moedas mundiais. Em relação à divisa dos EUA desce 0,60% para 1,1236 dólares.
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