A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reiterou esta segunda-feira em Bruxelas, perante o Parlamento Europeu (PE), que a instituição está preparada para intervir, “se necessário”, para preservar a estabilidade financeira da zona euro, à luz das recentes “tensões”.
Num debate intitulado «diálogo económico», com a comissão parlamentar de Assuntos Económicos e Monetários do PE, e na parte da sua intervenção dedicada aos mais recentes desenvolvimentos no mercado financeiro, abalado pelo colapso do banco norte-americano Silicon Valley Bank (SVB) e pela forte queda em bolsa do Credit Suisse, Lagarde saudou “a ação rápida e as decisões tomadas pelas autoridades suíças” relativamente ao banco suíço.
“Estas ações foram fundamentais para restaurar condições de mercado ordenadas e assegurar a estabilidade financeira”, comentou, garantindo que o BCE continua “acompanhar de perto a evolução do mercado” e pronto “a responder na medida do necessário para preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na zona euro”.
Garantindo uma vez mais que “o setor bancário da zona euro é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez”, a responsável francesa sublinhou que, “em qualquer caso, o conjunto de ferramentas de política do BCE está totalmente equipado para fornecer apoio de liquidez ao sistema financeiro da zona euro, se necessário, e para preservar a transmissão harmoniosa da política monetária”.
“No que diz respeito à estabilidade financeira, temos todas as ferramentas que serão necessárias, que eventualmente são necessárias, para enfrentar tensões”, reforçou, acrescentando, já na fase de perguntas dos eurodeputados, que se, porventura, estas ferramentas se revelassem insuficientes, o BCE seria capaz de “providenciar os ajustamentos ou recalibragens necessários para fazer face a qualquer risco de liquidez” que se vislumbrasse no horizonte.
O Presidente da Suíça, Alain Berset, anunciou no domingo que o grupo bancário suíço UBS vai comprar o Credit Suisse, considerando que esta é melhor forma de “restaurar a confiança”.
O Credit Suisse atravessou uma semana de turbulência, tendo perdido mais de 25% do seu valor em bolsa. Na quinta-feira tornou-se no primeiro banco de grande dimensão à escala mundial a receber uma ajuda pública de emergência desde a crise financeira de 2008.
As negociações que culminaram nesta operação envolveram, além dos dois bancos, o Governo suíço e o banco central.
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