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A membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel, acredita que “uma restrição prematura da política monetária em resposta ao aumento temporário da inflação asfixiaria a recuperação”.
Schnabel, que falava numa conferência em Baden-Baden, considera que uma retirada tão prematura do estímulo monetário faria pior aos que já sofrem com o atual aumento de preços.
A membro da comissão executiva defendeu desta forma a atual política monetária do BCE, cujo conselho na semana passada decidiu, por unanimidade, reduzir o ritmo das compras semanais de dívida de emergência pela pandemia (PEPP, Pandemic Emergency Purchase Programme)no quarto trimestre face aos dois trimestres anteriores, porque as condições de financiamento melhoraram.
Ao mesmo tempo, o BCE quer assegurar que as condições de financiamento sejam favoráveis.
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A economia da zona euro continua a recuperar e a inflação está a aumentar. De facto, o BCE reviu em alta as previsões de crescimento e inflação para este ano, embora veja o aumento dos preços como temporário.
A inflação da zona euro deverá “enfraquecer significativamente” no início do ano e cair abaixo do objetivo de 2% de novo.
A inflação é tão alta agora porque era muito baixa há um ano, quando a atividade económica foi interrompida devido à pandemia, mas os preços subiram muito menos do que em 2019.
Além disso, a Alemanha reduziu o IVA para aumentar o consumo e voltou agora a aumentá-lo.
Os preços das matérias-primas também caíram acentuadamente no ano passado e empurraram a inflação para terreno negativo, tanto na Alemanha como no conjunto da zona euro.
Schnabel acrescentou que, “devido à baixa inflação e às baixas expectativas de inflação, o rendimento das obrigações soberanas alemãs a dez anos caiu de quase 10% no início dos anos 80 para menos de 1% em 2014, antes do BCE ter começado a comprar obrigações como parte da sua política monetária”.
Hoje, os juros da dívida soberana alemã a dez anos são negativos, recordou a economista alemã.
As taxas de juro reais dos depósitos na Alemanha são claramente negativas na sequência do recente aumento da inflação, que atingiu 3,4% em agosto, um nível nunca registado em 13 anos, e é provável que continue a subir até ao final deste ano, segundo a responsável.
Cerca de 43% dos depósitos de empresas são afetados por taxas de juro negativas.
Mas Schnabel assinalou que antes e depois da introdução do euro houve longos períodos de taxas de juro reais negativas na Alemanha.
Schnabel salientou igualmente que 13 anos depois do início da crise financeira mundial, a taxa de desemprego na zona euro, excluindo a Alemanha, é ainda mais elevada do que em 2008.
Muitos estudos internacionais mostram que as compras de dívida podem efetivamente apoiar as condições de financiamento para as empresas e as famílias, embora a longo prazo possam causar efeitos secundários porque interferem diretamente com o funcionamento dos mercados financeiros e podem dar incentivos adversos aos Governos e investidores.
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