
Sem surpresas, o Banco Central Europeu decidiu manter as taxas de juro inalteradas pela quarta reunião consecutiva. Assim, no fecho do ano, a taxa de referência mantém-se nos 2%, valor em que se encontra desde junho, confirmando as expectativas do mercado. Apesar disso, Christine Lagarde diz que tudo pode acontecer e que a incerteza é elevada.
“As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez permanecerão inalteradas em, respetivamente, 2,00%, 2,15% e 2,40%”, lê-se no comunicado da instituição liderada por Christine Lagarde.
O Conselho do BCE diz estar determinado “a assegurar que a inflação estabiliza no seu objetivo de 2% a médio prazo” e, por isso, reafirma a habitual nota destes encontros: “seguirá uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião para decidir a orientação apropriada da política monetária.”
Esta ideia foi reafirmada por Lagarde durante a conferência de imprensa. “Não temos uma trajetória definida para as nossas taxas daqui para frente. Sei que todos gostariam de alguma orientação futura. Mas, na situação atual, com o grau de incerteza que enfrentamos, simplesmente não podemos oferecer nenhuma previsão.”
A presidente do BCE mostrou-se ainda satisfeita por ver tantos interessados em lhe suceder. Uma reação quando cresce o debate sobre o próximo líder do Banco Central, apesar do mandato de Lagarde só terminar em outubro de 2027.
“Acho extremamente gratificante que tantas pessoas queiram ter o meu trabalho. É um ótimo trabalho. E é um trabalho em que realmente sentimos que é possível fazer a diferença”, disse aos jornalistas.
Esta quinta-feira, o BCE atualizou também as projeções para a inflação, apontando agora para 2,1% em 2025 e 1,9% em 2026, o que representa uma revisão em alta para o próximo ano, “sobretudo porque os especialistas do Eurosistema esperam agora uma descida mais lenta da inflação dos preços dos serviços”.
Já o crescimento económico deverá ser mais forte do que o avançado nas projeções de setembro.
A inflação está, de facto, próxima dos objetivos do Banco Central. Esta quarta-feira, os mais recentes dados do Eurostat revelaram que a inflação na Zona Euro se manteve nos 2,1% em novembro (abaixo dos 2,2% da estimativa rápida).











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