//BCP não pagará dividendos mas mantém reposição de remunerações dos trabalhadores

BCP não pagará dividendos mas mantém reposição de remunerações dos trabalhadores

O Millennium bcp vai propor aos acionistas não pagar dividendos em relação ao exercício de 2019, devido à crise provocada pela epidemia de coronavírus, mas vai avançar com a reposição de remunerações dos trabalhadores.

As propostas vão ser submetidas à assembleia geral do banco, que vai ser convocada para o dia 20 de maio, adianta o comunicado do banco divulgado esta quinta-feira no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

O banco justifica que as decisões tomadas esta quinta-feira em reunião do conselho de administração, se devem aos “potenciais impactos e à incerteza associada à situação de pandemia” de coronavírus, que já causou 60 vítimas mortais em Portugal e levou à declaração de estado de emergência no país.

“O conselho de administração entendeu ainda propor à assembleia geral anual a retenção dos restantes resultados relativos ao exercício de 2019, dos quais 13.929.601,66 euros para reforço da reserva legal, e o remanescente, no montante mínimo de 120.085.414,93, para resultados transitados”, refere o comunicado.

“Tal proposta visa garantir que o banco esteja mais preparado para fazer face ao presente contexto de incerteza, tendo o conselho de administração reiterado a determinação de, uma vez ultrapassada a crise e na medida em que o banco e a economia nacional iniciem a sua recuperação, retomar a política de dividendos aprovada”, adiantou.

O BCP registou um lucro líquido de 302 milhões de euros em 2019, uma melhoria de 0,3% face ao exercício anterior. O banco pagou dividendos em 2019, pela primeira vez em oito anos, tendo distribuído 30 milhões de euros em relação ao exercício de 2018, o correspondente a um payout de 10%.

O Eco já tinha avançado ontem com a notícia de que o BCP iria cancelar o pagamento de dividendos relativamente ao ano de 2019.

Apesar da decisão de não pagar aos acionistas este ano, o BCP “entendeu ser importante compensar o esforço dos colaboradores do banco que, entre junho de 2014 e junho de 2017, aceitaram uma redução temporária de remuneração com o objetivo de viabilizar o processo de recuperação do banco e contribuir para o cumprimento das exigências que lhe foram impostas para receber ajudas do Estado”, de 3.000 milhões de euros.

O banco vai prosseguir com “o compromisso de propor à assembleia geral a distribuição de resultados pelos mesmos que, de forma faseada, permita a entrega de um valor global acumulado pelo menos igual ao valor total não recebido nesse período”.

“(O conselho de administração do BCP) proporá assim à assembleia geral anual a distribuição de até 1.000,00 euros a cada colaborador que, não tendo já sido integralmente compensado com os resultados distribuídos em 2019, se mantiver em funções na data de pagamento da remuneração correspondente a junho de 2020, até ao valor máximo global de 5.281.000,00 euros”, refere o banco.

A proposta será feita no âmbito do processo de compensação pela redução de salários acordada ao abrigo do Acordo Coletivo de Trabalho.

Atualizada às 22H52 com mais informação

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