A fusão entre o Bank Millennium e o Eurobank foi hoje registada, anunciou o BCP, que detém ambos os bancos na Polónia.
“O Banco Comercial Português informa que a fusão do Bank Millennium, uma subsidiária por si detida a 50,1%, com o Euro Bank foi hoje registada”, lê-se na informação enviada pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O BCP, que tem uma importante operação na Polónia onde detém 50,1% do Bank Millennium, comprou no final de maio o banco polaco Euro Bank (que pertencia ao Société Générale).
Na operação ficou prevista a fusão das duas instituições, com a transferência de todos os ativos e passivos do Euro Bank para o Bank Millennium.
O Bank Millennium teve lucros de 334 milhões de zlótis (cerca de 76,4 milhões de euros ao câmbio atual) no primeiro semestre, menos 4% do que no mesmo período do ano passado.
Na polónia, aguarda-se para esta semana a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia sobre o problema da conversão de empréstimos em francos suíços para zloty (moeda local), o que pode ter um importante impacto no sistema bancário da Polónia.
Esta segunda-feira foi divulgada uma entrevista ao jornal polaco Dziennik Gazeta Prawna do presidente executivo do Bank Millennium, João Brás Jorge, em que este se referiu ao problema das potenciais perdas que o banco poderá ter com estes empréstimos, descartando que o banco vá registar nas suas contas uma provisão extraordinária.
Segundo o responsável, potenciais perdas serão registadas ao longo do tempo, consoante as decisões dos tribunais polacos para casos específicos.
Ainda assim, admitiu que a forma de o banco tratar o caso pode mudar se perder vários processos em tribunal, mas disse que demorará dois anos até a situação mudar. Admitiu ainda que o banco poderá fazer acordos com os clientes afetados.
Sobre os lucros em 2020, o presidente executivo do Bank Millennium afirmou que podem chegar a mil milhões de zlótis (227 milhões de euros à taxa de câmbio atual), caso os custos com a integração do Euro Bank sejam registados este ano.
Na quinta-feira passada, à margem de uma conferência em Lisboa, questionado sobre a situação na Polónia, o presidente do BCP, Miguel Maya, disse que o banco está a “aguardar para perceber qual o enquadramento”.
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