Sindicatos bancários defenderam esta quarta-feira que a “devolução” dos cortes nos salários dos trabalhadores do Millennium bcp deve ser mais célere e pediram à administração do banco que aceite uma atualização salarial e das pensões, sem aumentos desde 2010.
Três sindicatos bancários promoveram hoje uma manifestação em frente ao edifício onde decorre a Assembleia Geral (AG) anual de acionistas do BCP, no Tagus Park, em Oeiras. O protesto uniu o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) e o Sindicato Independente da Banca (SIB).
“A devolução aos trabalhadores vai ser feita num prazo muito longo (três anos). Há condições económicas e financeiras para o banco fazer esta devolução de forma mais célere”, afirmou Paulo Marcos, presidente do SNQTB, aos jornalistas, à porta da AG.
“O nosso objetivo era sensibilizar os acionistas presentes hoje nesta AG para que aprovassem o plano de reposição de cortes salariais que os trabalhadores sofreram entre 2014 e 2017 e cumprir o memorandum de entendimento que tinha sido assinado com os sindicatos. Estão em causa um terço desses valores”, afirmou Cristina Damião, representante do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, que aderiu ao protesto.
Adiantou que “o que resulta desse memorandum é que assim que haja condições para repor esses valores, assim seria feito”. “O conselho de administração fez esta proposta, os cortes estão a ser repostos. Claro que queremos que seja o mais célere possível”, frisou.
Os sindicalistas lembraram que decorrem negociações com vista a uma atualização da tabela salarial e que a administração do BCP está resistente. Desde 2010 que os salários dos trabalhadores e as pensões dos reformados do banco não são aumentados.
Miguel Maya, presidente executivo do BCP, afirmou, após a AG, que o objetivo da administração é defender os interesses do banco e a sua sustentabilidade de resultados, para que daqui a um ano a gestão possa estar a propor um novo plano para compensar os trabalhadores.
“Não podemos pensar no dia de hoje”, disse Maya, aos jornalistas, adiantando que o foco está na melhoria dos resultados do BCP. “O que temos de fazer é garantir que o banco gera esses resultados para daqui a um ano estarmos aqui a fazer uma nova proposta (para compensar os trabalhadores)”, afirmou.
Lembrou que, em relação aos aumentos, no ano passado 24% dos trabalhadores do banco tiveram viram os seus salários aumentar por via de promoções.
Atualizada às 22H20 para acrescentar citações do presidente executivo do BCP, Miguel Maya
Deixe um comentário