Aumentou o número de famílias que deixaram de conseguir pagar os seus créditos, no primeiro semestre deste ano, com os bancos a abrir 397 mil novos processos de regularização de crédito no valor global de 2,2 mil milhões de euros.

Os dados constam do relatório sobre Atividade de Supervisão Comportamental relativo à primeira metade de 2020, que foi divulgado esta quinta-feira.

“No crédito aos consumidores, as instituições reportaram 359.731 novos processos PERSI-Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento, mais 13% do que no segundo semestre de 2019, abrangendo 302.076 contratos de crédito e um montante em dívida de 785,8 milhões de euros”, refere o relatório.

No mesmo período, concluíram 340.091 processos PERSI relativos a 272.629 contratos de crédito aos consumidores, correspondentes a um montante total em dívida de 726,9 milhões de euros; 41,1% destes processos foram encerrados com a regularização do incumprimento, contra 42,7% no semestre anterior.

“No crédito à habitação e hipotecário, as instituições iniciaram 37.357 processos PERSI, mais 11,2% do que no segundo semestre de 2019, envolvendo 30 827 contratos e um montante total em dívida de 1.449,1 milhões de euros”, adianta.

No mesmo período, os bancos encerraram 35.411 processos, correspondentes a 26.708 contratos de crédito à habitação e hipotecário e a um montante total em dívida de 1.271,7 milhões de euros; 69,6% foram concluídos com a regularização do incumprimento, que compara com 68,3% no semestre anterior.

Novo crédito cai

O número de novos contratos de crédito desceu 23% para 568 mil no primeiro semestre deste ano devido à crise provocada pelas medidas impostas pelo governo no âmbito da epidemia.

O Banco de Portugal recebeu ainda 277 pedidos de autorização para o exercício da atividade de intermediário de crédito e decidiu 331 pedidos, dos quais deferiu 215.

“A 30 de junho, existiam 4880 intermediários de crédito registados junto do Banco de Portugal. No primeiro semestre de 2020, foram recebidos 2036 pedidos de alteração ao registo e decididos 2046. Neste período, a supervisão destas entidades centrou-se na análise da publicidade e das reclamações apresentadas por clientes bancários”, refere o supervisor.

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