O Banco de Portugal prolongou a recomendação sobre a não distribuição de dividendos até, pelo menos, 1 de janeiro de 2021. Em comunicado, o supervisor considera “essencial que as instituições continuem a abster-se de realizar distribuições de recursos que afetem os seus fundos próprios, devendo conservar o seu capital para manter a capacidade de apoiar a economia e absorver potenciais perdas num ambiente de incerteza”.
Trata-se de uma extensão do prazo da recomendação anterior: em abril, o Banco de Portugal recomendava que os bancos que se abstivessem de distribuir dividendos até, no mínimo, 1 de outubro deste ano, relativamente aos exercícios de 2019 e 2020. Na altura, era indicado que estas indicações estavam alinhadas com as medidas adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e ainda pela Autoridade Bancária Europeia (EBA).
“O Banco de Portugal decidiu, agora, estender o âmbito e o prazo da anterior recomendação e recomendar às instituições de crédito menos significativas e empresas de investimento sujeitas à sua supervisão que se abstenham de distribuir dividendos, de assumir compromissos irrevogáveis de distribuição de dividendos, ou de recomprar de ações ordinárias até, pelo menos, 1 de janeiro de 2021”, indica a nota do BdP.
Além disso, é ainda recomendado que, durante o mesmo período de tempo, as entidades adotem um conjunto de medidas mais restritivas na atribuição e pagamento de remuneração variável.
O BCP, que apresentou resultados esta terça-feira, onde anunciou um recuo de 55% nos lucros do primeiro semestre para os 76 milhões de euros, já indicou que não irá distribuir dividendos relativos ao exercício de 2019.
Já o Santander, que revelou esta quarta-feira um prejuízo de 11 mil milhões de euros no primeiro semestre, indicou que irá avançar com uma proposta alternativa, para que os acionistas possam receber dividendos em formato de ações, relativamente ao exercício de 2019.
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