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A líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou hoje o Governo de usar estudos para o novo aeroporto como “manobras” para uma “grande prenda à multinacional” francesa que comprou os aeroportos na altura do Governo de direita.
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O Governo “agora diz que vai estudar outra vez, o que na verdade já está estudado, e todas estas manobras são, sobretudo, uma grande prenda à multinacional que comprou os aeroportos portugueses ainda no tempo do Governo do PSD e CDS-PP”, acusou.
Catarina Martins reagiu assim, em declarações aos jornalistas, hoje em Viseu, após uma visita ao Mercado de Produtores, ao anúncio do executivo, esta sexta-feira, da criação da comissão técnica independente para estudar a localização do novo aeroporto.
Segundo defendeu, “não há nenhuma novidade, a não ser aquilo que já se sabia”, já que o Governo andou a dizer “durante tantos anos, que tinha de ser no Montijo, que não podia ser outra coisa que não Montijo” e agora volta a estudar.
“Não querem fazer os investimentos que querem fazer no país, estão sempre à procura da solução mais barata e este adiar de tomar de decisões ou de querer tomar decisões do ponto de vista ambiental é inaceitável”, apontou.
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Neste sentido, defendeu que “sempre foram estratagemas para fazer a vontade à Vinci, que foi aquela empresa francesa que acabou por ficar com os aeroportos em Portugal” o que, no seu entender, “é um erro, Portugal precisava de ter, naturalmente, uma outra visão”.
“Já se sabe, já há soluções, já houve estudos, enfim, é só atrasar mais porque a Vinci não quer gastar dinheiro”, apontou Catarina Martins, à margem de uma visita a Viseu no âmbito do roteiro climático que o BE está a realizar.
Questionada sobre a reunião entre os líderes partidários do PS e PSD, a propósito do aeroporto, Catarina Martins disse que “não é novidade nenhuma”, uma vez que “o PS, tendo maioria absoluta, foi claro, as negociações são com o PSD”.
Neste sentido, disse que “não é a primeira vez, em momentos em que há um projeto que passa por ultrapassar uma crise através do empobrecimento de quem trabalha” se vê “PS e PSD sentados à mesma mesa” ou seja, “é sempre a mesma estratégia”.
“Face a uma crise o que se faz? É empobrecer quem vive do seu trabalho, é fazer recair sobre quem vive do seu salário, da sua pensão, o peso da crise”, acusou.
Ou seja, acrescentou, “o PS está a fazer este caminho e procura e procurará no PSD o conforto para este caminho e o PSD também sempre achou este caminho natural, sempre o defendeu”, sublinhou.
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