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“O governo federal decidiu tomar as medidas necessárias para estender a vida útil dos dois reatores nucleares mais recentes nos próximos 10 anos”, revelou, em comunicado, o primeiro-ministro belga, Alexandre De Croo.
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“Esta extensão deverá permitir reforçar a independência do nosso país face aos combustíveis fósseis, num contexto geopolítico caótico”, acrescentou.
Alexandre De Croo anunciou, ao mesmo tempo, um “impulso” para as energia renováveis através de “investimentos adicionais” em energia eólica, hidrogénio, solar e mobilidade sustentável.
A estratégia do governo belga, que ficou decidida esta sexta-feira durante uma maratona de reuniões ministeriais, consiste em “prolongar durante dez anos” a vida útil dos reatores nucleares de Doel 4 (perto do porto de Antuérpia) e Tihange 3 (perto de Liège), ou seja, até 2035.
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O executivo liderado por Alexandre De Croo terá agora que negociar com o operador destas duas centrais nucleares, que detém um total de sete, o grupo francês Engie.
No entanto, este grupo expressou fortes reservas sobre esta mudança tardia de opinião do governo belga, através de um comunicado.
A Engie indicou que “vai contribuir para esta reflexão, estudando com o governo a viabilidade e as condições de implementação das soluções previstas nesta fase”.
“A decisão de estender os reatores Doel 4 e Tihange 3 trazem importantes restrições de segurança, regulamentação e implementação, especialmente porque essa extensão ocorreria mesmo que as atividades de desmantelamento das unidades vizinhas já tivessem começado”, lembrou o grupo francês.
A promessa para uma saída gradual da energia nuclear está consagrada na lei belga desde 2003.
O partido verde belga fez da eliminação da energia nuclear em 2025 uma condição para ingressar na coligação, politicamente frágil, de sete partidos, encontrada em 2020 para por fim à incerteza politica que durou mais de um ano após as eleições.
No entanto, a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro fez disparar os preços da energia e este partido ambientalista já indicou que está disposto a considerar um cenário alternativo.
A Europa luta para encontrar formas de se livrar da dependência energética face à Rússia, que fornece 40% das necessidades de gás da Europa, principalmente para a Alemanha, Itália e vários países da Europa Central.
Os líderes europeus reúnem-se na próxima semana para chegarem a acordo sobre novas medidas de emergência para aliviar a sobrecarga que afeta consumidores e empresas.
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